OUTROS TRATAMENTOS PARA CELULITE
Conteúdo extraído do livro “Vitória Contra a Celulite” do Dr Roberto Chacur, Ed. AGE, 2023.
Dra. Cibele Tamietti Durães
Dr. Roberto Chacur
A celulite é uma condição multifatorial e é causada por aspectos hormonais, dificuldade de circulação, acúmulo de gordura, flacidez e formação de fibroses. Uma intervenção eficaz depende, portanto, do tratamento de cada uma dessas causas, conforme a necessidade de cada paciente.
Diversos tratamentos podem e devem ser associados para tratar a celulite. Eles podem ser classificados em não invasivos, minimamente invasivos e cirúrgicos, podendo ser associados entre si em um protocolo de tratamento específico para cada paciente, tendo como objetivo a saúde da pele como um todo. Além dos métodos que serão descritos neste capítulo, é importante associar a eles a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física e alimentação equilibrada.
De acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC), pode ser necessário um acompanhamento com nutricionista, nutrólogos ou endocrinologistas, para correção dele e assim poder obter melhor resultado
Ver Capítulos
CAPÍTULO 2 – CLASSIFICAÇÃO DA CELULITE
CAPÍTULO 5 – MODELAMENTO DE GLÚTEOS
CAPÍTULO 6 – TRATAMENTOS INJETÁVEIS PARA CELULITE
CAPÍTULO 7 – LASER-LIPO: TECNOLOGIA INVASIVA
CAPÍTULO 8 – OUTROS TRATAMENTOS PARA CELULITE
CAPÍTULO 9 – EFEITOS BIOESTIMULADORES
CAPÍTULO 10 – INFLUÊNCIA DOS HORMÔNIOS
CAPÍTULO 11 – GOLDINCISION®: UMA ABORDAGEM MULTIFATORIAL NO TRATAMENTO DA CELULITE
CAPÍTULO 12 – MANCHAS PÓS-GOLDINCISION ®
CAPÍTULO 13 – EFEITOS ADVERSOS E INTERCORRÊNCIAS NA GOLDINCISION®
Com a colaboração de colegas médicos experientes, o Dr. Roberto Chacur reúne neste livro uma abordagem em torno do tema que vai desde a gênese da celulite, o método próprio de avaliar e classificar, as doenças associadas e a modulação hormonal até os tratamentos existentes, o que realmente funciona e por qual motivo o método GOLDINCISION é considerado o padrão ouro.
TRATAMENTOS NÃO INVASIVOS
Tratamentos tópicos
As terapias tópicas servem como coadjuvantes no tratamento da celu–
lite. Sozinhas, elas não são eficazes, pois têm apenas efeito transitório,
não atuando sobre a retração causada pelos septos fibrosos.
Existem inúmeros ingredientes cosmecêuticos e fitoterápicos que
atuam nos adipócitos, favorecendo a lipólise, no interstício, ou na micro–
circulação da celulite.
Os que agem nos adipócitos são os beta-agonistas (representados
pelas metilxantinas), que, por meio da inibição da atividade da enzima
fosfodiesterase, têm o potencial de induzir a lipólise, os inibidores alfa–
-adrenérgicos (ioimbina, piperoxana, fentolamina, di-hidroergotamina)
e os ativadores da adenilciclase (hormônios tireoidianos, algumas algas
e os silícios orgânicos).
Entre os que agem nos interstícios, podemos citar os silícios orgâ–
nicos, a Centella asiatica, o ácido ascórbico, algumas enzimas e algas, a
tretinoína e o retinol. Os retinoides inibem as metaloproteinases, que
danificam a estrutura do colágeno e estimulam a produção de elastina,
aumentando a espessura do colágeno, melhorando as fibras elásticas e
inibindo a diferenciação das células precursoras dos adipócitos.
As substâncias que agem na microcirculação são os fitoterápicos,
como flavonoides, saponinas, cumarinas e pentoxifilinas. Esses extratos
botânicos melhoram a microcirculação local e reduzem a viscosidade
sanguínea, o fator de crescimento plaquetário; diminuindo, assim, a per–
meabilidade capilar e melhorando o tônus da parede do vaso.
Os efeitos coadjuvantes dos tópicos utilizados compreendem a es–
timulação da microcirculação periférica, a promoção da lipólise, o au–
mento da neocolagênese dérmica, a drenagem linfática e a redução do
edema.
Tratamentos orais
As terapias orais são muito questionadas quanto a sua eficácia, porém,
assim como as tópicas, atuam como coadjuvantes no tratamento da celulite.
Esse tipo de tratamento exerce, principalmente, o papel de suple–
mentos nutricionais, podendo atuar como antioxidante; estimulador do
metabolismo celular e do controle do peso corporal, como lipofílicos, es–
timuladores da síntese de colágeno e elastina; e como redutor de edema
e da inflamação.
Diante disso, seguem alguns exemplos na literatura de substâncias
indicadas no manejo da LDG.
Agonistas de PPAR
Os receptores ativados por proliferadores de peroxissoma (PPARs) são
uma família de fatores de transcrição nuclear encontrada nos queratinó–
citos humanos e nos adipócitos que são ativados por drogas hipolipidê–
micas de fibrato, ácidos graxos, eicosanoides e prostanoides. Os PPARs
foram identificados pela primeira vez na epiderme em 1992 e posterior–
mente descoberta sua importância na homeostase epidérmica, mostran–
do que eles podem acelerar a formação da barreira epidérmica, induzir a
diferenciação epidérmica e influenciar na biossíntese de lipídios, como,
por exemplo, as ceramidas, na pele.
Artigos científicos de 2006 destacam os benefícios de um agonista de
PPAR, em particular o ácido petroselínico e o ácido linoleico conjugado
(CLA®, patente da Unilever), que atuam na diferenciação epidérmica, re–
duzindo a inflamação, aumentando os componentes da matriz extrace–
lular e promovendo melhorias nos sinais de fotodano e no tom da pele.
Embora tenham sido realizados poucos estudos sobre a celulite, o CLA®
demonstrou reduzir a massa de gordura corporal em indivíduos obesos,
com aumento correspondente na massa corporal magra e melhoria nos si–
nais da celulite.
Centella asiatica
A Centella asiatica é uma erva medicinal amplamente utilizada no Orien–
te e que está se tornando popular no Ocidente. Na Índia, ela é conhecida
como mandukparni ou pennywort indiano, ou ainda jalbrahmi. Já na Chi–
na, ela se chama gotu kola.
Os constituintes ativos da Centella asiatica são as saponinas (tam–
bém chamadas de triterpenoides); brahmosídeo e brahminosídeo; glicosídeos isothankuniside e
thankuniside; esteróis vegetais; flavonoides e
outros componentes sem atividade farmacológica conhecida, como os
taninos abundantes (20-25%); ácido essencial (0,1% com beta-cariofile–
no, trans-beta-farnesen e germacreno D); fitoesteróis (campesterol, si–
tosterol, estigmasterol); mucilagens; resinas; aminoácidos livres (ala–
nina, serina, aminobutirato, aspartato, glutamato, lisina e treonina);
flavonoides (derivados de quercetina e kempferol); um alcaloide (hidro–
cotina); um componente amargo (vallerina); e ácidos graxos (ácidos li–
noleico, linolnélico, oleico, palmítico e esteárico). Os oligoglicosídeos tri–
terpenos do tipo ursano e oleanano, como centellasaponinas B, C e D,
também estão presentes na planta e, embora os mecanismos não sejam
totalmente conhecidos, é altamente provável que esses agentes sejam
agonistas de PPAR.
Diversos estudos sobre a Centella asiatica mostram sua ação no or–
ganismo humano como antioxidantes; redutores do diâmetro dos adipó–
citos, principalmente na região glúteo-femoral e da fibrose interadipoci–
tária; como bactericida; anti-inflamatório; estimulante da produção de
colágeno; ativador da circulação san–
guínea; efeito diurético com melhora
da retenção de líquidos, entre outros.
Por isso, ela é indicada como coadju–
vante nos tratamentos da LDG
Hidroxicitrato
O hidroxicitrato de Garcinia cambogia, também conhecido como tama–
rindo Malabar, é um inibidor da lipogênese e tem sido usado sozinho ou
em conjunto com cromo ligado à niacina ou Gymnema sylvestre (ácido
ginêmico) para ajudar no controle e na redução do peso corporal. Além
disso, por ser um hidroxiácido, ajuda na síntese de colágeno. Por essas
ações, é provável que seu uso melhore a aparência da LDG
Ginkgo biloba
O extrato de Ginkgo biloba é uma substância obtida a partir das folhas
da árvore do Ginkgo, nativa das Coreias, da China e do Japão. Esse fi–
toterápico é rico em flavonoides e terpenoides; exerce forte ação anti–
-inflamatória e antioxidante; e atua na melhora do fluxo sanguíneo ar–
terial, cerebral e periférico.
O Ginkgo biloba é utilizado no tratamento da LDG por propiciar nu–
merosos efeitos na circulação periférica. Esse extrato diminui a viscosi–
dade do sangue, inibe o fator de ativação plaquetária, diminui a permea–
bilidade vascular e aumenta a deformabilidade dos glóbulos vermelhos,
melhorando a microcirculação. Ele tem ainda ação contra os radicais
livres, ativa o metabolismo celular e inibe a fosfodiesterase. Os flavo–
noides agem como antioxidantes e anti-inflamatórios, além de atuarem
como vasodilatadores arteriais e vasoconstritores venosos. Os terpenos
inibem o ativador de plaquetas,
diminuem a permeabilidade do
vaso e melhoram a tonicidade da
parede vascular.
Dimpless®
O Dimpless® é derivado da variedade francesa do melão cantaloupe, rico
em superóxido-desmutase (SOD) (representando cerca de 85 a 90% da
composição total) e outros antioxidantes primários, como a catalase
(CAT) e a glutationa-peroxidase (GPx), e secundários, como coenzima
Q10, ácido lipoico, carotenoides, vitaminas A, E e C.
Devido às suas propriedades antifibrose da superóxido-desmuta–
se (SOD), o Dimpless® foi elaborado para reduzir tanto o estado fibroso
quanto o tamanho dos adipócitos pelo estímulo da lipólise. Além disso,
Dimpless®, pelos seus componentes, tem ação anti-inflamatória, atua na
lipogênese, favorece a reconstrução da matriz extracelular, diminui o ta–
manho dos adipócitos e reduz nódulos e o acúmulo de gorduras, colabo–
rando, assim, para a melhora do aspecto da LDG.
Mais estudos são necessários para comprovar sua eficácia
Cellasene® Gold
Cellasene® Gold é um suplemento fiterápico desenvolvido na Itália para
melhorar a aparência da celulite. Ele contém Ginko biloba; óleo de se–
mente de uva; óleo de peixe e óleo de borragem; Centella asiática; fu–
cus vesiculosus (algas marinhas); melilotus officinalis (trevo-doce); rucus
acuceatus e vitamina E. Devido a essa associação de diversas ervas, o
Cellasene® Gold atua como antioxidante; age na microcirculação cutâ–
nea, favorecendo a drenagem linfática e a melhora do lipedema; e atua
na síntese de colágeno e na lipólise de adipócitos, com consequente me–
lhora do contorno corporal e do aspecto da LDG.
Mais estudos são necessários para comprovar sua eficácia.
Silício orgânico
O silício é um oligoelemento fundamental para o organismo humano e é
um constituinte estrutural da elastina, do colágeno, das proteoglicanas
e das glicoproteínas endógenas, que formam as estruturas de sustenta–
ção da pele. Atua diretamente na manutenção e conservação da estrutu–
ra da derme durante o processo de envelhecimento cutâneo.
Estudos em cultura de fibroblastos demonstraram que os silícios
promovem a formação de pontes entre aminoácidos hidroxilados das fi–
bras elásticas e de colágeno, protegendo essas fibras da glicosilação não
enzimática e diminuindo a sua taxa de degradação. Eles atuam como
coenzima na síntese das macromoléculas da matriz intersticial e reor–
ganizam as glicoproteínas estruturais e proteoglicanas da substância
fundamental por estimular o agrupamento de aminoácidos polares, nor–
malizando a sua capacidade hidrofílica. Na microcirculação, os fibro–
blastos modificam a permeabilidade capilar venosa e linfática; no tecido
adiposo, estimulam a síntese de adenosina-monofosfato cíclico (AMPc) e
a hidrólise de triglicérides, provavelmente por meio de um mecanismo
de ação na membrana celular, ativando a adenilciclase.
O organismo humano, com o passar dos anos, perde progressiva–
mente a capacidade de assimilação de silício, fornecido naturalmente
pela alimentação, sendo, por isso, indicada sua reposição oral. Essa repo–
sição deve ser feita por meio dos silícios orgânicos, pois assim são biolo–
gicamente ativos. Baseadas nisso, várias empresas desenvolveram uma
série de silícios orgânicos, com diferentes atividades, para atuar sobre
a matriz extracelular dos tecidos conjuntivos, particularmente sobre as
fibras de colágeno, e combater os sinais de envelhecimento da pele e da
flacidez cutânea. Por agirem sobre a flacidez, podem também ser usados
como coadjuvantes nas melhorias do aspecto do LDG.
Algumas formas de silício orgânico de uso oral são:
• Exsynutriment® (Exsymol-Biotec): ácido ortossilícico estabilizado
em colágeno marinho (dose diária recomendada: 100-600 mg).
• Nutricolin® (Galena): ácido ortossilícico estabilizado em colina
(dose diária recomendada: 50-600 mg).
• Biosil® (Infinity Pharma): ácido ortossilícico estabilizado em co–
lina (dose diária recomendada: 520 mg).
• SiliciumMax® (Fagron): ácido ortossilícico estabilizado em mal–
todextrina (dose diária recomendada: 50 a 600 mg).
• Monometilsilanetriol (MMST): é a forma MMST de silício orgâni–
co estabilizada em colágeno marinho, presente no SiliciumMax® líquido (da Fagron) e
nos comprimidos de Neosil® (Grupo MD
Lab).
Outros tratamentos orais
Outras substâncias que podem ser indicadas como coadjuvantes no tra–
tamento oral da LDG são:
• Vitis vinifera (extrato de semente de uva): proporciona proprie–
dades antioxidantes e atua no sistema microvascular.
• Fucus vesiculosus (algas marinhas): reduz o tecido adiposo
subcutâneo e influencia na atividade metabólica da gordura
subcutânea.
• Melilotus officinalis (trevo-doce): promove o retorno venoso, au–
menta a circulação linfática e melhora a resistência capilar.
• Aesculus hippocastanum (castanheiro-da-índia): atividade anti–
-inflamatória, antioxidante e antiedema. Atua sobre a circula–
ção periférica, sanguínea e linfática, auxiliando na vasoconstri–
ção, favorecendo o retorno circulatório e reduzindo a retenção
de líquidos.
• Equisetum arvense (cavalinha): ação diurética, estimula o meta–
bolismo cutâneo, acelera a cicatrização e aumenta a elasticidade
cutânea.
• Dioscorea opposita (raiz de inhame selvagem): seu extrato regu–
la a liberação de glicerol dos adipócitos que diminuem o teor de
gordura no tecido.
DRENAGEM LINFÁTICA: MANUAL OU ENDERMOLOGIA
Desenvolvida por Emil e Estrid Vodder em 1936, a drenagem linfática é
uma técnica cujos movimentos auxiliam na circulação linfática do orga–
nismo, drenando os fluidos acumulados entre os espaços intersticiais e,
consequentemente, colaborando para o equilíbrio hídrico tecidual.
A drenagem linfática manual é realizada por uma manipulação com
mãos sobre os vasos linfáticos; com isso, é possível exercer diferentes
pressões, superficiais e profundas, ao longo da via do sistema linfático,
que potencializam o transporte do fluido para os canais linfáticos, redu–
zindo o edema intercelular do tecido adiposo e diminuindo os metabóli–
cos que causam os distúrbios nas estruturas anatômicas.
Já a drenagem linfática por endermologia é realizada com o auxílio
de dispositivos que combinam a sucção contínua com uma movimen–
tação constante da pele e maior consistência da pressão e agilidade do
procedimento.
Assim como as terapias tópicas, a drenagem linfática (manual ou
por endermologia) é transitória e tem como principal finalidade dimi–
nuir o linfedema associado à lipodistrofia ginoide (LDG). Desse for–
ma, promove-se a redução dos resíduos e a microcirculação do tecido
subcutâneo.Desenvolvida por Emil e Estrid Vodder em 1936, a drenagem linfática é
uma técnica cujos movimentos auxiliam na circulação linfática do orga–
nismo, drenando os fluidos acumulados entre os espaços intersticiais e,
consequentemente, colaborando para o equilíbrio hídrico tecidual.
A drenagem linfática manual é realizada por uma manipulação com
mãos sobre os vasos linfáticos; com isso, é possível exercer diferentes
pressões, superficiais e profundas, ao longo da via do sistema linfático,
que potencializam o transporte do fluido para os canais linfáticos, redu–
zindo o edema intercelular do tecido adiposo e diminuindo os metabóli–
cos que causam os distúrbios nas estruturas anatômicas.
Já a drenagem linfática por endermologia é realizada com o auxílio
de dispositivos que combinam a sucção contínua com uma movimen–
tação constante da pele e maior consistência da pressão e agilidade do
procedimento.
Assim como as terapias tópicas, a drenagem linfática (manual ou
por endermologia) é transitória e tem como principal finalidade dimi–
nuir o linfedema associado à lipodistrofia ginoide (LDG). Desse for–
ma, promove-se a redução dos resíduos e a microcirculação do tecido
subcutâneo.
APARELHOS E TECNOLOGIAS
Luz intensa pulsada
A técnica de luz intensa pulsada (LIP) é uma tecnologia que emite fei–
xes de luzes policromáticas e não colimadas, com diferentes compri–
mentos de onda na pele, causando um dano térmico pela energia emiti–
da. Com isso, a LIP proporciona o reparo e a remodelação subsequentes
do colágeno, estimulando sua produção e induzindo uma derme mais
firme e homogênea, melhorando, assim, de forma discreta, a aparência
estética da LDG. Contudo, esses resultados não são significativos ou
duradouros
LED infravermelho
O calor na pele gerado pela luz infravermelha promove um aquecimento
dérmico profundo que desencadeia aumento da microcirculação, drena–
gem linfática e formação de novas fibras colágenas.
A combinação de LEDs infravermelhos com exercícios físicos au–
menta o nível metabólico e potencializa os efeitos da atividade física e da
queima de gorduras, podendo atuar no tratamento da celulite. De acor–
do com alguns estudos, a luz infravermelha, ao ser absorvida pelo corpo,
aumenta a síntese de ATP (adenosina trifosfato); esta, por sua vez, forne–
ce energia para as células realizarem suas atividades. A luz infraverme–
lha, além de ajudar no aumento do condicionamento físico, pelo aumento
do ATP, tem efeito analgésico e anti-inflamatório, que contribui para que
as pessoas se exercitem de uma forma melhor e por mais tempo. Acredi–
ta-se, ainda, que a luz atue diretamente nos tecidos de gordura, aumen–
tando sua taxa metabólica e levando a maior queima de gorduras, prin–
cipalmente durante o exercício.
Quando associado a outras técnicas, como ultrassom e drenagem
linfática (manual ou mecânica), o LED parece proporcionar um resulta–
do ainda melhor como coadjuvante no tratamento da LDG.
Terapia por ondas acústicas
Também conhecida como onda de choque extracorpórea ou terapia de
ativação de pulso, tem por objetivo melhorar a microcirculação cutânea,
a neocolagênese e a drenagem linfática. Caracterizando-se como alter–
nativa segura, a terapia por ondas acústicas, já amplamente utilizada
em urologia para fragmentar cálculos renais, tem sido também utilizada
como alternativa de tratamento na LDG.
Alguns estudos mostraram que as ondas acústicas no tecido sub–
cutâneo rompem os septos fibrosos escleróticos presentes na LDG; esti–
mulam a remodelação do colágeno na derme; impulsionam a microcir–
culação e o fluxo linfático, além de promoverem uma lipólise e a redução
da espessura da gordura subcutânea. Desse modo, além de melhorarem
o lipedema associado ao LDG, melhoram também a elasticidade da pele
e a aparência geral da celulite/LDG.
Corrente-russa
A corrente-russa ou eletroestimulação-russa estimula o tônus muscu–
lar por meio da eletroterapia. Além de estimular o tônus muscular, com
a consequente melhora da flacidez da pele, a corrente-russa estimula
também a circulação sanguínea da região, com melhora do retorno ve–
noso dos membros inferiores. Ela atua como coadjuvante no tratamento
da LGD.
Criofrequência
A tecnologia de criofrequência associa ondas eletromagnéticas de alta
frequência com ponteiras que promovem resfriamento da pele. As ondas
eletromagnéticas produzem calor nesse órgão e no tecido subcutâneo
de até 60°C, enquanto as ponteiras de resfriamento resfriam as cama–
das superiores da pele a – 0ºC. A combinação dessas duas temperaturas
gera um choque térmico no tecido cutâneo, com consequente contração
tecidual e estímulo do colágeno e da elastina, bem como melhora da fla–
cidez, agindo, assim, de forma coadjuvante no tratamento da LDG.
Microcorrentes
Os procedimentos de microcorrentes utilizam a eletroestimulação por
meio de correntes de baixa frequência, contínua ou alternada.
O objetivo das microcorrentes é acelerar o metabolismo das células
e a eliminação de líquido e resíduos, contribuindo na melhora do lipede–
ma associado ao LDG.
VelaShape III®
O VelaShape III® é uma combinação de radiofrequência bipolar (RF),
energia de luz infravermelha, vácuo pulsado e massagem mecânica
(rollers). O seu princípio é aquecer as células de gordura, para levá-las à
apoptose, além do aumento do metabolismo corporal, que ajuda na eli–
minação dessas células naturalmente.
A radiofrequência e a luz infravermelha são responsáveis por aque–
cer as células adiposas sob a pele, enquanto o vácuo e os rollers são es–
pecialmente projetados para a massagem mecânica, promovendo a me–
lhora da drenagem linfática local. Nesse processo é que as células de
gordura são dissolvidas, quebradas e eliminadas do organismo. Sendo
assim, por reduzir a gordura corporal e agir na redução do edema, o Ve–
laShape III® atua no tratamento da LDG.
Ultrassom
A energia liberada pelas ondas ultrassônicas promove uma cavitação na
gordura subcutânea, ou seja, formação de microbolhas dentro dos adi–
pócitos, que rompem as ligações moleculares e causam mudança quí–
mica nessa célula e na sua membrana. Isso leva ao rompimento mecâni–
co da sua parede e liquefaz seu conteúdo, facilitando a drenagem dessa
gordura. Com isso há redução do volume do tecido adiposo e melhora do
contorno corporal.
Embora, em associação com outras técnicas (como, por exemplo, a
radiofrequência), possa ser usado no tratamento do LGD, não tem com–
provação da sua eficácia quando usado sozinho para tanto. Ademais,
não se sabe se as alterações estruturais provocadas pelo ultrassom são
de longa duração.
Ultrassom micro e macrofocado
Tecnologia que emite energia ultrassônica de alta intensidade e que pro–
voca microzonas de coagulação térmica entre 50 e 60°C, em diferentes
profundidades, atingindo a derme reticular profunda, o sistema mus–
culoaponeurótico superficial (SMAS) e a platisma. Isso promove uma
desnaturação do colágeno, com contração imediata dele e uma neoco–
lagênese, conferindo, assim, o aumento da espessura da pele e da fás–
cia muscular, melhora da firmeza e do tônus e consequente melhora da
flacidez. Os transdutores macrofocados atingem a camada de gordura,
promovendo desnaturação e contração da camada subcutânea, com re–
dução da gordura localizada.
Ao melhorar a flacidez e a espessura da pele, e reduzir o tecido adi–
poso, seu uso pode ser indicado como coadjuvante no tratamento da
LDG.
CoolSculpting®
O CoolSculpting® consiste numa técnica de criolipólise (congelamemto
das células de gordura). Esta é uma técnica que foi descoberta em 2007
e testada inicialmente em porcos. Em 2010 surgiu a primeira tecnologia
de criolipólise aprovada para uso humano, assegurada pela Universida–
de de Harvard com o nome de CoolSculpting® e com a autorização da
Food and Drug Administration (FDA) – agência reguladora dos Estados
Unidos – para esse fim.
O equipamento do CoolSculpting® faz a sucção dos tecidos e os
submete a um resfriamento homogêneo, entre –7 e –10°C, por um pe–
ríodo de uma hora, tempo necessário para que ocorra a necrose e a
apoptose das células adiposas. Nas semanas seguintes ao procedimen–
to, o sistema linfático elimina essas células rompidas; os resultados de
redução de gordura localizada começam a ser mais visíveis em cerca
de três semanas e alcançam os efeitos máximos em, aproximadamen–
te, três meses. De acordo com estudo de Harvard (ROX ANDERSON,
2008), é possível eliminar entre 10 e 25% da gordura localizada com
uma única sessão do CoolSculpting®.
Sendo assim, essa técnica pode ser indicada, associada a outros mé–
todos ou equipamentos, também como coadjuvante no tratamento da
LDG.
Manthus®
Manthus® é um equipamento que trabalha com as chamadas terapias
combinadas, constituídas por um ultrassom de 3 MHZ de frequência,
associado a um gerador de estímulos elétricos e correntes polarizadas
com grande penetração (correntes estereodinâmicas). As ondas de ul–
trassom têm efeito térmico, vasodilatador e penetram nas células de
gordura, promovendo o aumento da permeabilidade das suas membra–
nas e incentivando suas atividades enzimáticas, com consequente dimi–
nuição do tamanho das células de adipócitos. As correntes estereodi–
nâmicas estimulam o sistema linfático a expulsar as toxinas e gorduras
que foram eliminadas com a realização do ultrassom. Com isso, essas
correntes promovem uma discreta melhora em relação à gordura locali–
zada, à flacidez de pele e, consequentemente, à LDG.
Radiofrequência
A energia de radiofrequência (RF), na forma de ondas eletromagnéti–
cas, tem frequência de 3 KHz a 300 Ghz, sendo as terapêuticas mais uti–
lizadas variando entre 0,5 e 1,5 MHz. Essa energia é conduzida eletrica–
mente, produzindo elevação da temperatura tecidual entre 38 e 40°C;
pela impedância, essa corrente elétrica é convertida em energia térmica.
O modo de emissão da energia pode ser monopolar, bipolar e, nos apare–
lhos mais recentes, tripolar, hexapolar e multipolar (Freeze®).
A indução de calor nos tecidos dérmicos (calor endógeno) desenca–
deia uma série de reações fisiológicas, como: vasodilatação periférica lo–
cal, com consequente aumento do fluxo sanguíneo, da oxigenação teci–
dual e do metabolismo celular; provoca ainda a contração imediata das
fibras colágenas, ativando os fibroblastos e promovendo uma neocolagê–
nese, uma reorganização dos septos fibrosos e espessamento da cama–
da subjacente dérmica, com melhora da sustentação, firmeza da pele e
redução da flacidez; melhora da drenagem linfática, com diminuição das
toxinas e dos líquidos intersticiais; lise ou ruptura das membranas do
adipócito, com redução no volume do tecido adiposo. Esta última é hipó–
tese ainda não comprovada.
A RF é utilizada no tratamento da melhora do aspecto clínico da
LDG. Mas geralmente a RF tem melhor resultado quando usada em com–
binação com outras técnicas, como ultrassom, luz infravermelha e dre–
nagem linfática por sucção. De acordo com revisões bibliográficas, sua
eficácia sozinha, ou mesmo em combinação com outras tecnologias, no
tratamento da LDG é limitada.
Freeze®
Freeze® é um equipamento de radiofrequência multipolar que funciona
com oito pontos, cria um campo magnético entre eles e atinge as cama–
das superficiais e profundas da pele. Essa é uma tecnologia desenvolvi–
da para reverter os efeitos do envelhecimento da pele e indicada para
a melhora e prevenção da flacidez corporal e facial. Os pulsos magnéti–
cos estimulam o FGF2, hormônio responsável pelo crescimento dos va–
sos sanguíneos e proliferação de fibroblastos, e, simultaneamente, a alta
potência da radiofrequência emite ondas eletromagnéticas, que promo–
vem o aumento da síntese de colágeno e da elastina. Essa combinação de
energia causará um dano térmico controlado, estimulando os mecanis–
mos de autorreparação do tecido cutâneo, com consequente melhora da
flacidez associada ao LDG.
Outros aparelhos
Outros aparelhos, de efetividade questionável, que podem ser utilizados
por auxiliarem no tratamento da LDG, são: eletrolipoforese, termotera–
pia, iotonforese, oxigenozonoterapia e oxigenoterapia.
• Eletrolipoforese: aplicação de várias longas agulhas em pares,
ligadas a um aparelho de baixa frequência, que criam um cam–
po eletromagnético no tecido alvo, desencadeando uma lipólise e
drenagem linfática.
• Termoterapia: uso do calor para vasodilatação local.
• Iontoforese: aplicação de corrente galvânica na pele, o que cria
um campo eletromagnético e facilita a penetração de substância
ativa mediante a camada córnea e promove vasodilatação.
• Oxigenozonoterapia: uso de oxigênio e gás ozônio para lipólise.
Atualmente é considerado iatrogênico, pois promove estresse in–
flamatório e oxidativo, com destruição irreversível do tecido de
sustentação.
• Oxigenoterapia: o excesso de oxigênio no tecido adiposo leva
à lipoclasia, mas, por outro lado, pode causar aumento da pro–
dução de radicais livres e um dano biológico pela lipoperoxida–
ção. Para evitar um dano oxidativo à distância, é recomendado
usar uma ampola de vitamina C e uma ampola de glutadiona re–
duzida (antioxidante), por via endovenosa, uma hora antes da
oxigenoterapia.
TRATAMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS
Carboxiterapia
Esta técnica foi manuseada pela primeira vez em 1932, na França, em ar–
teriopatias periféricas, mas somente em 1953 na região subcutânea. Em
2004, o método foi descrito por Brandi para fins estéticos pós-lipoaspi–
ração e tratamento da flacidez.
O aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) no tecido
estimula a dissociação entre o oxigênio e a hemoglobina, causando libe–
ração do oxigênio para o sangue e posteriormente para o tecido. Esse
processo gera, consequentemente, a expulsão do CO2 pelo sangue para
ser eliminado pelos pulmões (Efeito Bohr).
A administração de CO2 no tecido subcutâneo induz hipercapnia e re–
duz o pH local, além de agir diretamente no relaxamento da musculatura
lisa das arteríolas, acarretando importante vasodilatação e melhora da
microcirculação. Além disso, a infusão do CO2 na pele leva a um estira–
mento tecidual e a uma consequente inflamação subclínica, que promove
os processos de reparo e regeneração, ativando os macrófagos, os fibro–
blastos e células endoteliais. Com isso ocorre uma remodelação da matriz
extracelular, com formação de novas fibras de colágeno e elastina na pele
tratada e uma neoangiogênese. Além disso, estudos mostram que a infil–
tração de gás CO2 no tecido adiposo subcutâneo, por melhorar a circula–
ção periférica, aumenta a perfusão tecidual e a pressão parcial de oxigênio
pela vasodilatação reflexa, levando à melhora na organização das linhas
fibrosas e à redução no número e no tamanho dos adipócitos na área tra–
tada, melhorando a gordura localizada e o aspecto de casca de laranja da
celulite (LDG), uma vez que, ao reduzir o acúmulo da gordura localizada,
diminui a compressão tecidual local, a tração nos feixes fibróticos e a con–
sequente protusão dos adipócitos na derme, típicos da LDG.
Com a melhoria dos fluxos sanguíneo e linfático, pela melhora da
perfusão tecidual periférica promovida pelo CO2, ocorre aumento da
drenagem linfática e diminuição do lipedema associado à LDG.
Mesoterapia ou intradermoterapia
Mesoterapia é procedimento desenvolvido em 1952 pelo Dr. Michel Pis–
tor para o tratamento da dor e dos distúrbios vasculares. O termo meso–
terapia foi publicado pela primeira vez, por Pistor, em uma revista mé–
dica local da França, em 1958, e definida por ele como tratamento do
mesoderma (a camada germinativa primária que se desenvolve em teci–
do conjuntivo, no músculo e no sistema circulatório).
A mesoterapia consiste na aplicação de injeções intradérmicas de
ativos fitoterápicos ou farmacológicos diretamente na região a ser tratada.
Cada sessão consiste na aplicação de inúmeras injeções superfi–
ciais com agulhas curtas especializadas e técnicas específicas. As inje–
ções podem ser intradérmicas ou subcutâneas, embora conceitualmente
seja discutível se a técnica empregada neste último seria mesoterapia, já
que o número de puncturas e o volume injetado no subcutâneo não cor–
respondem ao tradicionalmente utilizado na mesoterapia.
Apesar de a mesoterapia ser usada para diversos fins com diferen–
tes tipos de substâncias e ter diversas revisões na literatura do seu uso
para lipólise e LDG, sua eficácia no tratamento desta não foi demonstra–
da de forma consistente devido à variabilidade da substância e aos dife–
rentes mecanismos de ação.
No capítulo “Tratamentos Injetáveis para Celulite” são abordados os
principais ativos usados em mesoterapia para o tratamento da LDG.
Bioestimuladores de colágeno injetáveis
Outra opção atual para o tratamento da LGD é o uso de bioestimuladores
de colágeno injetáveis (tais como ácido poli-L-láctico, hidroxiapatita de
cálcio ou PMMA) na área acometida pela celulite, pois essas substâncias
estimulam a produção de fibroblastos e de novos componentes de matriz
extracelular, levando a uma renovação e remodelação ativa do tecido con–
juntivo, com ativação da produção de colágeno e elastina, além de pro–
mover a angiogênese. Com isso há aumento da espessura e da densidade
dérmica, melhora do tônus e firmeza da pele, além de melhorar a micro–
circulação em nível local, melhorando a flacidez e a aparência da LGD.
Esse tratamento pode ser feito isoladamente ou em combinação com
outras terapias, com excelentes resultados, em especial com a técnica de
Goldincision®.
• Ácido poli-L-lático (PLLA): são micropartículas de polímeros
sintéticos de ácido lático, absorvível, semipermanente e biode–
gradável, que produz uma resposta inflamatória, por meio de
fagocitose por macrófagos teciduais (encapsulamento das micro–
partículas) e fibroplasia subsequente. Metade do produto é dige–
rido em seis meses. Ele tem duração de ação de 12 a 24 meses.
• Hidroxiapatita de cálcio (CaHA): são microesferas de CaHA sinté–
tico, não derivado de animais, biodegradável.
Sua composição química é similar à dos minerais naturalmente existentes em ossos e
dentes (análogo sintético do constituinte inorgânico dos ossos e
dentes). As microesferas de CaHA são encapsuladas por uma rede
de fibrina, fibroblastos e macrófagos, com o CaHA atuando como
um andaime para a fibroplasia e a formação do novo colágeno.
Esse processo inicia-se em até quatro semanas e perdura por cer–
ca de doze meses. Porém, os efeitos clínicos da CaHA podem durar
de um a três anos. Sua eliminação do organismo segue a mesma
via de metabólitos dos restos ósseos resultantes de fraturas ós–
seas comuns, o que garante sua biocompatibilidade e segurança.
• Polimetilmetacrilato (PMMA): são microesferas não absorvíveis
resultantes da polimerização do monômero metacrilato de meti–
la. Essas microesferas, ao serem injetadas no organismo huma–
no, são encapsuladas pelas fibras de colágenos do hospedeiro e
cada microesfera produz uma reação individual no organismo,
estimulando os fibroblastos a formarem novas fibras coláge–
nas; isso resulta num tecido conjuntivo sólido e rico em coláge–
no, agindo, dessa forma, mais como estimulador tecidual do que
como preenchedor propriamente dito. O PMMA é o único implan–
te permanente liberado pela Agência Nacional de vigilância Sani–
tária (ANVISA) e pela Federal Drug Administration (FDA) – EUA.
• Policaprolactona (Ellansé®): é feito na mesma apresentação do
Radiesse®, sendo 30% de partículas com microscopia aproxima–
da de 40 micrômetros; cada partícula associada a um carreador
de carboximetilcelulose.
TRATAMENTOS CIRÚRGICOS
Laser-lipólise ou lipoaspiração a laser
A lipoaspiração é uma cirurgia que tem como objetivo aspirar com uma
cânula o excesso de gordura localizado em diferentes regiões do corpo.
A lipoaspiração a laser (ou laser-lipólise) utiliza uma cânula, mas
com uma fibra óptica no seu interior, que conduz o laser de diodo de bai–
xa frequência (comprimento de onda de 650 nm). Este tem como alvo
quebrar a gordura subcutânea, facilitando sua eliminação pelo próprio organismo
– quando em pouca quantidade –, ou facilitando sua poste–
rior aspiração por cânulas. Ao ser quebrada a membrana do adipócito,
pela energia do laser, reduz-se o trauma da retirada de gordura poste–
riormente aspirada pela cânula convencional e se aumenta a coagulação
venosa, com menor incidência de hematomas e equimoses, o que propor–
ciona uma recuperação mais rápida.
Esse laser interage com as células de gordura, mesmo as localiza–
das em camadas mais profundas, promovendo a ruptura dos adipóci–
tos e a sua liquefação, transformando os triglicerídeos nele contidas em
glicerol e ácidos graxos, para que eles sejam removidos naturalmente
pela circulação linfática. Além disso, esse material tem afinidade com a
água e a oxi-hemoglobina; logo, quando a água é vaporizada, gera-se ca–
lor, o qual estimula os fibroblastos a produzirem fibras colágenas, o que
suscita uma organização da derme reticular e promove a retração da
pele (skin tightening), bem como um aumento da espessura cutânea, com
consequente tratamento das áreas flácidas.
A técnica de lipoaspiração a laser foi aprovada pela ANVISA, mos–
trando-se eficaz e segura para a redução da LDG/celulite e da gordura
localizada.
Lipoaspiração superficial com lipoenxertia
autóloga
Esta é uma técnica que associa a lipoaspiração superficial convencional
a uma cânula especial com ponta achatada, em forma de cunha, seme–
lhante a um “bico de pato”; foi desenvolvida por Carlos Uebel, com a li–
poenxertia autóloga subcutânea.
Na lipoenxertia autóloga, inicialmente, coleta-se gordura da região
dos quadris ou áreas trocantéricas e se reserva para usar na lipoenxer–
tia. Posteriormente, é realizada uma lipoaspiração superficial com a câ–
nula em forma de cunha. Essa cânula vai rompendo os ligamentos con–
juntivos fibrosos, liberando os septos que prendem a pele à fáscia e ao
tecido subcutâneo, além de promover o mínimo possível de dano aos va–
sos sanguíneos subdérmicos, mantendo, dessa forma, a pele bem vascu–
larizada. Por fim, reinjeta-se subcutaneamente a gordura coletada em
todas as áreas onde houve a ruptura cirúrgica dos septos de tecido conjuntivo,
para preencher a região que ficou com o espaço morto pelo pro–
cedimento. No final de todo o processo, é realizado um curativo com–
pressivo na área enxertada, além do uso de uma bermuda com malha de
compressão. O curativo é mantido por três semanas e a malha por mais
30 dias após a retirada do curativo.
Subcision®
Esta é uma técnica cirúrgica descrita em 1995 por Orentreich e Oren–
treich para a correção de rugas e cicatrizes deprimidas da face. Em 1997,
ela foi descrita para o tratamento de celulite por Hexsel e Mazzucco.
Subcision® é indicada na celulite para os descolamentos dos septos
fibrosos. Ela é realizada com o paciente deitado, sem associação com o
uso de produtos injetáveis, uma vez que a própria Subcision® age como
preenchedor autólogo e fisiológico.
Essa técnica está descrita em detalhes em outros capítulos deste
livro.
Goldincision®
A Goldincision® é uma marca que envolve um método desenvolvido pelo
cirurgião brasileiro Roberto Chacur que trata diversos aspectos da celu–
lite, como a fibrose, a flacidez e a má circulação local. O método combina
bioestimuladores de colágeno injetáveis com descolamento dos septos fi–
brosos, sendo realizado com o paciente em pé, para tratar, ponto a ponto,
as depressões na pele, além de também reduzir a flacidez, que é uma das
causas da celulite.
Essa técnica também está descrita em detalhes em outros capítulos
deste livro.