OUTROS TRATAMENTOS PARA CELULITE

Conteúdo extraído do livro “Vitória Contra a Celulite” do Dr Roberto Chacur, Ed. AGE, 2023.

Dra. Cibele Tamietti Durães
Dr. Roberto Chacur

A celulite é uma condição multifatorial e é causada por aspectos hormonais, dificuldade de circulação, acúmulo de gordura, flacidez e formação de fibroses. Uma intervenção eficaz depende, portanto, do tratamento de cada uma dessas causas, conforme a necessidade de cada paciente.
Diversos tratamentos podem e devem ser associados para tratar a
celulite. Eles podem ser classificados em não invasivos, minimamente invasivos e cirúrgicos, podendo ser associados entre si em um protocolo de tratamento específico para cada paciente, tendo como objetivo a saúde da pele como um todo. Além dos métodos que serão descritos neste capítulo, é importante associar a eles a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física e alimentação equilibrada.
De acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC), pode ser necessá
rio um acompanhamento com nutricionista, nutrólogos ou endocrinologistas, para correção dele e assim poder obter melhor resultado

Com a colaboração de colegas médicos experientes, o Dr. Roberto Chacur reúne neste livro uma abordagem em torno do tema que vai desde a gênese da celulite, o método próprio de avaliar e classificar, as doenças associadas e a modulação hormonal até os tratamentos existentes, o que realmente funciona e por qual motivo o método GOLDINCISION é considerado o padrão ouro.

TRATAMENTOS NÃO INVASIVOS

Tratamentos tópicos
As terapias tópicas servem como coadjuvantes no tratamento da celu

lite. Sozinhas, elas não são eficazes, pois têm apenas efeito transitório,

não atuando sobre a retração causada pelos septos fibrosos.

Existem inúmeros ingredientes cosmecêuticos e fitoterápicos que

atuam nos adipócitos, favorecendo a lipólise, no interstício, ou na micro

circulação da celulite.

Os que agem nos adipócitos são os beta-agonistas (representados

pelas metilxantinas), que, por meio da inibição da atividade da enzima

fosfodiesterase, têm o potencial de induzir a lipólise, os inibidores alfa

-adrenérgicos (ioimbina, piperoxana, fentolamina, di-hidroergotamina)

e os ativadores da adenilciclase (hormônios tireoidianos, algumas algas

e os silícios orgânicos).

Entre os que agem nos interstícios, podemos citar os silícios orgâ

nicos, a
Centella asiatica, o ácido ascórbico, algumas enzimas e algas, a
tretinoína e o retinol. Os retinoides inibem as metaloproteinases, que

danificam a estrutura do colágeno e estimulam a produção de elastina,

aumentando a espessura do colágeno, melhorando as fibras elásticas e

inibindo a diferenciação das células precursoras dos adipócitos.

As substâncias que agem na microcirculação são os fitoterápicos,

como flavonoides, saponinas, cumarinas e pentoxifilinas. Esses extratos

botânicos melhoram a microcirculação local e reduzem a viscosidade

sanguínea, o fator de crescimento plaquetário; diminuindo, assim, a per

meabilidade capilar e melhorando o tônus da parede do vaso.

Os efeitos coadjuvantes dos tópicos utilizados compreendem a es

timulação da microcirculação periférica, a promoção da lipólise, o au

mento da neocolagênese dérmica, a drenagem linfática e a redução do

edema.

Tratamentos orais
As terapias orais são muito questionadas quanto a sua eficácia, porém,

assim como as tópicas, atuam como coadjuvantes no tratamento da ce
lulite.
Esse tipo de tratamento exerce, principalmente, o papel de suple

mentos nutricionais, podendo atuar como antioxidante; estimulador do

metabolismo celular e do controle do peso corporal, como lipofílicos, es

timuladores da síntese de colágeno e elastina; e como redutor de edema

e da inflamação.

Diante disso, seguem alguns exemplos na literatura de substâncias

indicadas no manejo da LDG.

Agonistas de PPAR

Os receptores ativados por proliferadores de peroxissoma (PPARs) são
uma família de fatores de transcrição nuclear encontrada nos queratinó

citos humanos e nos adipócitos que são ativados por drogas hipolipidê

micas de fibrato, ácidos graxos, eicosanoides e prostanoides. Os PPARs

foram identificados pela primeira vez na epiderme em 1992 e posterior

mente descoberta sua importância na homeostase epidérmica, mostran

do que eles podem acelerar a formação da barreira epidérmica, induzir a

diferenciação epidérmica e influenciar na biossíntese de lipídios, como,

por exemplo, as ceramidas, na pele.

Artigos científicos de 2006 destacam os benefícios de um agonista de

PPAR, em particular o ácido petroselínico e o ácido linoleico conjugado

(CLA
®, patente da Unilever), que atuam na diferenciação epidérmica, re
duzindo a inflamação, aumentando os componentes da matriz extrace

lular e promovendo melhorias nos sinais de fotodano e no tom da pele.

Embora tenham sido realizados poucos estudos sobre a celulite, o CLA
®
demonstrou reduzir a massa de gordura corporal em indivíduos obesos,

com aumento correspondente na massa corporal magra e melhoria nos si

nais da celulite.

Centella asiatica

A Centella asiatica é uma erva medicinal amplamente utilizada no Orien
te e que está se tornando popular no Ocidente. Na Índia, ela é conhecida

como
mandukparni ou pennywort indiano, ou ainda jalbrahmi. Já na Chi
na
, ela se chama gotu kola.
Os constituintes ativos da
Centella asiatica são as saponinas (tam
bém chamadas de triterpenoides); brahmosídeo e brahminosídeo; gli
cosídeos isothankuniside e

Centella asiatica

Centella asiatica Fonte: phuonghoangthuy/pixabay.com (2022).

thankuniside; esteróis vegetais; flavonoides e
outros componentes sem atividade farmacológica conhecida, como os

taninos abundantes (20-25%); ácido essencial (0,1% com beta-cariofile

no, trans-beta-farnesen e germacreno D); fitoesteróis (campesterol, si

tosterol, estigmasterol); mucilagens; resinas; aminoácidos livres (ala

nina, serina, aminobutirato, aspartato, glutamato, lisina e treonina);

flavonoides (derivados de quercetina e kempferol); um alcaloide (hidro

cotina); um componente amargo (vallerina); e ácidos graxos (ácidos li

noleico, linolnélico, oleico, palmítico e esteárico). Os oligoglicosídeos tri

terpenos do tipo ursano e oleanano, como centellasaponinas B, C e D,

também estão presentes na planta e, embora os mecanismos não sejam

totalmente conhecidos, é altamente provável que esses agentes sejam

agonistas de PPAR.

Diversos estudos
sobre a Centella asiatica mostram sua ação no or
ganismo humano como
antioxidantes; redutores do diâmetro dos adipó
citos, principalmente na região glúteo-femoral e da fibrose interadipoci

tária; como bactericida; anti-inflamatório; estimulante da produção de

colágeno; ativador da circulação san

guínea; efeito diurético com melhora

da retenção de líquidos, entre outros.

Por isso, ela é indicada como coadju

vante nos tratamentos da LDG

Hidroxicitrato

O hidroxicitrato de Garcinia cambogia, também conhecido como tama
rindo Malabar
, é um inibidor da lipogênese e tem sido usado sozinho ou
em conjunto com cromo ligado à niacina ou
Gymnema sylvestre (ácido
ginêmico) para ajudar no controle e na redução do peso corporal. Além

disso, por ser um hidroxiácido, ajuda na síntese de colágeno. Por essas

ações, é provável que seu uso melhore a aparência da LDG

 

Ginkgo biloba

O extrato de Ginkgo biloba é uma substância obtida a partir das folhas
da árvore do Ginkgo, nativa das Coreias, da China e do Japão. Esse fi
toterápico é rico em flavonoides e terpenoides; exerce forte ação anti

-inflamatória e antioxidante; e atua na melhora do fluxo sanguíneo ar

terial, cerebral e periférico.

Ginkgo biloba

Ginkgo biloba (Fonte: wal_172619/pixabay.com (2022)


O
Ginkgo biloba é utilizado no tratamento da LDG por propiciar nu
merosos efeitos na circulação periférica. Esse extrato diminui a viscosi

dade do sangue,
inibe o fator de ativação plaquetária, diminui a permea
bilidade vascular e aumenta a deformabilidade dos glóbulos vermelhos,

melhorando a microcirculação. Ele tem ainda ação contra os radicais

livres, ativa o metabolismo celular e inibe a fosfodiesterase. Os flavo

noides agem como antioxidantes e anti-inflamatórios, além de atuarem

como vasodilatadores arteriais e vasoconstritores venosos.
Os terpenos
inibem o ativador de plaquetas,

diminuem a permeabilidade do

vaso e melhoram a tonicidade da

parede vascular.

 

Dimpless®

O Dimpless® é derivado da variedade francesa do melão cantaloupe, rico
em superóxido-desmutase (SOD) (representando cerca de 85 a 90% da

composição total) e outros antioxidantes primários, como a catalase

(CAT) e a glutationa-peroxidase (GPx), e secundários, como coenzima

Q10, ácido lipoico, carotenoides, vitaminas A, E e C.

Devido às suas propriedades antifibrose da superóxido-desmuta
se (SOD), o Dimpless
® foi elaborado para reduzir tanto o estado fibroso
quanto o tamanho dos adipócitos pelo estímulo da lipólise. Além disso,

Dimpless
®, pelos seus componentes, tem ação anti-inflamatória, atua na
lipogênese, favorece a reconstrução da matriz extracelular, diminui o ta

manho dos adipócitos e reduz nódulos e o acúmulo de gorduras, colabo

rando, assim, para a melhora do aspecto da LDG.

Mais estudos são necessários para comprovar sua eficácia

Melão cantaloupe

Melão cantaloupe

Cellasene® Gold

Cellasene® Gold é um suplemento fiterápico desenvolvido na Itália para
melhorar a aparência da celulite. Ele contém
Ginko biloba; óleo de se
mente de uva; óleo de peixe e óleo de borragem;
Centella asiática; fu
cus vesiculosus
(algas marinhas); melilotus officinalis (trevo-doce); rucus
acuceatus
e vitamina E. Devido a essa associação de diversas ervas, o
Cellasene
® Gold atua como antioxidante; age na microcirculação cutâ
nea, favorecendo a drenagem linfática e a melhora do lipedema; e atua

na síntese de colágeno e na lipólise de adipócitos, com consequente me

lhora do contorno corporal e do aspecto da LDG.

Mais estudos são necessários para comprovar sua eficácia
.

Silício orgânico

O silício é um oligoelemento fundamental para o organismo humano e é
um constituinte estrutural da elastina, do colágeno, das proteoglicanas
e das glicoproteínas endógenas, que formam as estruturas de sustenta
ção da pele. Atua diretamente na manutenção e conservação da estrutu

ra da derme durante o processo de envelhecimento cutâneo.

Estudos em cultura de fibroblastos demonstraram que os silícios

promovem a formação de pontes entre aminoácidos hidroxilados das fi

bras elásticas e de colágeno, protegendo essas fibras da glicosilação não

enzimática e diminuindo a sua taxa de degradação. Eles atuam como

coenzima na síntese das macromoléculas da matriz intersticial e reor

ganizam as glicoproteínas estruturais e proteoglicanas da substância

fundamental por estimular o agrupamento de aminoácidos polares, nor

malizando a sua capacidade hidrofílica. Na microcirculação, os fibro

blastos modificam a permeabilidade capilar venosa e linfática; no tecido

adiposo, estimulam a síntese de adenosina-monofosfato cíclico (AMPc) e

a hidrólise de triglicérides, provavelmente por meio de um mecanismo

de ação na membrana celular, ativando a adenilciclase.

O organismo humano, com o passar dos anos, perde progressiva

mente a capacidade de assimilação de silício, fornecido naturalmente

pela alimentação, sendo, por isso, indicada sua reposição oral. Essa repo

sição deve ser feita por meio dos silícios orgânicos, pois assim são biolo

gicamente ativos. Baseadas nisso, várias empresas desenvolveram uma

série de silícios orgânicos, com diferentes atividades, para atuar sobre

a matriz extracelular dos tecidos conjuntivos, particularmente sobre as

fibras de colágeno, e combater os sinais de envelhecimento da pele e da

flacidez cutânea. Por agirem sobre a flacidez, podem também ser usados

como coadjuvantes nas melhorias do aspecto do LDG.

Algumas formas de silício orgânico de uso oral são:

Exsynutriment® (Exsymol-Biotec): ácido ortossilícico estabilizado
em colágeno marinho (dose diária recomendada: 100-600 mg).

Nutricolin® (Galena): ácido ortossilícico estabilizado em colina
(dose diária recomendada: 50-600 mg).

Biosil® (Infinity Pharma): ácido ortossilícico estabilizado em co
lina (dose diária recomendada: 520 mg).

SiliciumMax® (Fagron): ácido ortossilícico estabilizado em mal
todextrina (dose diária recomendada: 50 a 600 mg).

Monometilsilanetriol (MMST): é a forma MMST de silício orgâni
co estabilizada em colágeno marinho, presente no SiliciumMax
® líquido (da Fagron) e
nos comprimidos de Neosil
® (Grupo MD
Lab).

Outros tratamentos orais

Outras substâncias que podem ser indicadas como coadjuvantes no tra
tamento oral da LDG são:

Vitis vinifera (extrato de semente de uva): proporciona proprie
dades antioxidantes e atua no sistema microvascular.

Fucus vesiculosus (algas marinhas): reduz o tecido adiposo
subcutâneo e influencia na atividade metabólica da gordura

subcutânea.

Melilotus officinalis (trevo-doce): promove o retorno venoso, au
menta a circulação linfática e melhora a resistência capilar.

Aesculus hippocastanum (castanheiro-da-índia): atividade anti
-inflamatória, antioxidante e antiedema. Atua sobre a circula

ção periférica, sanguínea e linfática, auxiliando na vasoconstri

ção, favorecendo o retorno circulatório e reduzindo a retenção

de líquidos.

Equisetum arvense (cavalinha): ação diurética, estimula o meta
bolismo cutâneo, acelera a cicatrização e aumenta a elasticidade

cutânea.

Dioscorea opposita (raiz de inhame selvagem): seu extrato regu
la a liberação de glicerol dos adipócitos que diminuem o teor de

gordura no tecido.

Castanheiro-da-índia

Castanheiro-da-índia

DRENAGEM LINFÁTICA: MANUAL OU ENDERMOLOGIA

Desenvolvida por Emil e Estrid Vodder em 1936, a drenagem linfática é
uma técnica cujos movimentos auxiliam na circulação linfática do orga

nismo, drenando os fluidos acumulados entre os espaços intersticiais e,

consequentemente, colaborando para o equilíbrio hídrico tecidual.

A drenagem linfática manual é realizada por uma manipulação com

mãos sobre os vasos linfáticos; com isso, é possível exercer diferentes

pressões, superficiais e profundas, ao longo da via do sistema linfático,

que potencializam o transporte do fluido para os canais linfáticos, redu

zindo o edema intercelular do tecido adiposo e diminuindo os metabóli

cos que causam os distúrbios nas estruturas anatômicas.

Já a drenagem linfática por endermologia é realizada com o auxílio

de dispositivos que combinam a sucção contínua com uma movimen

tação constante da pele e maior consistência da pressão e agilidade do

procedimento.

Assim como as terapias tópicas, a drenagem linfática (manual ou

por endermologia) é transitória e tem como principal finalidade dimi

nuir o linfedema associado à lipodistrofia ginoide (LDG). Desse for

ma, promove-se a redução dos resíduos e a microcirculação do tecido

subcutâneo.
Desenvolvida por Emil e Estrid Vodder em 1936, a drenagem linfática é
uma técnica cujos movimentos auxiliam na circulação linfática do orga

nismo, drenando os fluidos acumulados entre os espaços intersticiais e,

consequentemente, colaborando para o equilíbrio hídrico tecidual.

A drenagem linfática manual é realizada por uma manipulação com

mãos sobre os vasos linfáticos; com isso, é possível exercer diferentes

pressões, superficiais e profundas, ao longo da via do sistema linfático,

que potencializam o transporte do fluido para os canais linfáticos, redu

zindo o edema intercelular do tecido adiposo e diminuindo os metabóli

cos que causam os distúrbios nas estruturas anatômicas.

Já a drenagem linfática por endermologia é realizada com o auxílio

de dispositivos que combinam a sucção contínua com uma movimen

tação constante da pele e maior consistência da pressão e agilidade do

procedimento.

Assim como as terapias tópicas, a drenagem linfática (manual ou

por endermologia) é transitória e tem como principal finalidade dimi

nuir o linfedema associado à lipodistrofia ginoide (LDG). Desse for

ma, promove-se a redução dos resíduos e a microcirculação do tecido

subcutâneo.

APARELHOS E TECNOLOGIAS

Luz intensa pulsada
A técnica de luz intensa pulsada (LIP) é uma tecnologia que emite fei

xes de luzes policromáticas e não colimadas, com diferentes compri

mentos de onda na pele, causando um dano térmico pela energia emiti

da. Com isso, a LIP proporciona o reparo e a remodelação subsequentes

do colágeno, estimulando sua produção e induzindo uma derme mais

firme e homogênea, melhorando, assim, de forma discreta, a aparência

estética da LDG. Contudo, esses resultados não são significativos ou

duradouros

LED infravermelho
O calor na pele gerado pela luz infravermelha promove um aquecimento

dérmico profundo que desencadeia aumento da microcirculação, drena

gem linfática e formação de novas fibras colágenas.

A combinação de LEDs infravermelhos com exercícios físicos au

menta o nível metabólico e potencializa os efeitos da atividade física e da

queima de gorduras, podendo atuar no tratamento da celulite. De acor

do com alguns estudos, a luz infravermelha, ao ser absorvida pelo corpo,

aumenta a síntese de ATP (adenosina trifosfato); esta, por sua vez, forne

ce energia para as células realizarem suas atividades. A luz infraverme

lha, além de ajudar no aumento do condicionamento físico, pelo aumento

do ATP, tem efeito analgésico e anti-inflamatório, que contribui para que

as pessoas se exercitem de uma forma melhor e por mais tempo. Acredi

ta-se, ainda, que a luz atue diretamente nos tecidos de gordura, aumen

tando sua taxa metabólica e levando a maior queima de gorduras, prin

cipalmente durante o exercício.

Quando associado a outras técnicas, como ultrassom e drenagem

linfática (manual ou mecânica), o LED parece proporcionar um resulta

do ainda melhor como coadjuvante no tratamento da LDG.

Terapia por ondas acústicas
Também conhecida como onda de choque extracorpórea ou terapia de

ativação de pulso, tem por objetivo melhorar a microcirculação cutânea,

a neocolagênese e a drenagem linfática. Caracterizando-se como alter

nativa segura, a terapia por ondas acústicas, já amplamente utilizada

em urologia para fragmentar cálculos renais, tem sido também utilizada

como alternativa de tratamento na LDG.

Alguns estudos mostraram que as ondas acústicas no tecido sub

cutâneo rompem os septos fibrosos escleróticos presentes na LDG; esti

mulam a remodelação do colágeno na derme; impulsionam a microcir

culação e o fluxo linfático, além de promoverem uma lipólise e a redução

da espessura da gordura subcutânea. Desse modo, além de melhorarem

o lipedema associado ao LDG, melhoram também a elasticidade da pele

e a aparência geral da celulite/LDG.

Corrente-russa
A corrente-russa ou eletroestimulação-russa estimula o tônus muscu
lar por meio da eletroterapia. Além de estimular o tônus muscular, com

a consequente melhora da flacidez da pele, a corrente-russa estimula

também a circulação sanguínea da região, com melhora do retorno ve

noso dos membros inferiores. Ela atua como coadjuvante no tratamento

da LGD.

Criofrequência
A tecnologia de criofrequência associa ondas eletromagnéticas de alta

frequência com ponteiras que promovem resfriamento da pele. As ondas

eletromagnéticas produzem calor nesse órgão e no tecido subcutâneo

de até 60°C, enquanto as ponteiras de resfriamento resfriam as cama

das superiores da pele a – 0ºC. A combinação dessas duas temperaturas

gera um choque térmico no tecido cutâneo, com consequente contração

tecidual e estímulo do colágeno e da elastina, bem como melhora da fla

cidez, agindo, assim, de forma coadjuvante no tratamento da LDG.

Microcorrentes
Os procedimentos de microcorrentes utilizam a eletroestimulação por

meio de correntes de baixa frequência, contínua ou alternada.

O objetivo das microcorrentes é acelerar o metabolismo das células

e a eliminação de líquido e resíduos, contribuindo na melhora do lipede

ma associado ao LDG.

VelaShape III®
O VelaShape III
® é uma combinação de radiofrequência bipolar (RF),
energia de luz infravermelha, vácuo pulsado e massagem mecânica

(
rollers). O seu princípio é aquecer as células de gordura, para levá-las à
apoptose, além do aumento do metabolismo corporal, que ajuda na eli

minação dessas células naturalmente.
A radiofrequência e a luz infravermelha são responsáveis por aque
cer as células adiposas sob a pele, enquanto o vácuo e os
rollers são es
pecialmente projetados para a massagem mecânica, promovendo a me

lhora da drenagem linfática local. Nesse processo é que as células de

gordura são dissolvidas, quebradas e eliminadas do organismo. Sendo

assim, por reduzir a gordura corporal e agir na redução do edema, o Ve

laShape III
® atua no tratamento da LDG.

Ultrassom
A energia liberada pelas ondas ultrassônicas promove uma cavitação na

gordura subcutânea, ou seja, formação de microbolhas dentro dos adi

pócitos, que rompem as ligações moleculares e causam mudança quí

mica nessa célula e na sua membrana. Isso leva ao rompimento mecâni

co da sua parede e liquefaz seu conteúdo, facilitando a drenagem dessa

gordura. Com isso há redução do volume do tecido adiposo e melhora do

contorno corporal.

Embora, em associação com outras técnicas (como, por exemplo, a

radiofrequência), possa ser usado no tratamento do LGD, não tem com

provação da sua eficácia quando usado sozinho para tanto. Ademais,

não se sabe se as alterações estruturais provocadas pelo ultrassom são

de longa duração.

Ultrassom micro e macrofocado
Tecnologia que emite energia ultrassônica de alta intensidade e que pro

voca microzonas de coagulação térmica entre 50 e 60°C, em diferentes

profundidades, atingindo a derme reticular profunda, o sistema mus

culoaponeurótico superficial (SMAS) e a platisma. Isso promove uma

desnaturação do colágeno, com contração imediata dele e uma neoco

lagênese, conferindo, assim, o aumento da espessura da pele e da fás

cia muscular, melhora da firmeza e do tônus e consequente melhora da

flacidez. Os transdutores macrofocados atingem a camada de gordura,

promovendo desnaturação e contração da camada subcutânea, com re

dução da gordura localizada.
Ao melhorar a flacidez e a espessura da pele, e reduzir o tecido adi
poso, seu uso pode ser indicado como coadjuvante no tratamento da

LDG.

CoolSculpting®
O CoolSculpting
® consiste numa técnica de criolipólise (congelamemto
das células de gordura). Esta é uma técnica que foi descoberta em 2007

e testada inicialmente em porcos. Em 2010 surgiu a primeira tecnologia

de criolipólise aprovada para uso humano, assegurada pela Universida

de de Harvard com o nome de CoolSculpting
® e com a autorização da
Food and Drug Administration
(FDA) – agência reguladora dos Estados
Unidos – para esse fim.

O equipamento do CoolSculpting
® faz a sucção dos tecidos e os
submete a um resfriamento homogêneo, entre –7 e –10°C, por um pe

ríodo de uma hora, tempo necessário para que ocorra a necrose e a

apoptose das células adiposas. Nas semanas seguintes ao procedimen

to, o sistema linfático elimina essas células rompidas; os resultados de

redução de gordura localizada começam a ser mais visíveis em cerca

de três semanas e alcançam os efeitos máximos em, aproximadamen

te, três meses. De acordo com estudo de Harvard (
ROX ANDERSON,
2008), é possível eliminar entre 10 e 25% da gordura localizada com

uma única sessão do CoolSculpting
®.
Sendo assim, essa técnica pode ser indicada, associada a outros mé
todos ou equipamentos, também como coadjuvante no tratamento da

LDG.

CoolSculpting®

CoolSculpting®

 

Manthus®
Manthus
® é um equipamento que trabalha com as chamadas terapias
combinadas, constituídas por um ultrassom de 3 MHZ de frequência,

associado a um gerador de estímulos elétricos e correntes polarizadas

com grande penetração (correntes estereodinâmicas). As ondas de ul

trassom têm efeito térmico, vasodilatador e penetram nas células de

gordura, promovendo o aumento da permeabilidade das suas membra

nas e incentivando suas atividades enzimáticas, com consequente dimi

nuição do tamanho das células de adipócitos. As correntes estereodi

nâmicas estimulam o sistema linfático a expulsar as toxinas e gorduras

que foram eliminadas com a realização do ultrassom. Com isso, essas

correntes promovem uma discreta melhora em relação à gordura locali

zada, à flacidez de pele e, consequentemente, à LDG.

Radiofrequência
A energia de radiofrequência (RF), na forma de ondas eletromagnéti

cas, tem frequência de 3 KHz a 300 Ghz, sendo as terapêuticas mais uti

lizadas variando entre 0,5 e 1,5 MHz. Essa energia é conduzida eletrica

mente, produzindo elevação da temperatura tecidual entre 38 e 40°C;

pela impedância, essa corrente elétrica é convertida em energia térmica.

O modo de emissão da energia pode ser monopolar, bipolar e, nos apare

lhos mais recentes, tripolar, hexapolar e multipolar (Freeze
®).
A indução de calor nos tecidos dérmicos (calor endógeno) desenca

deia uma série de reações fisiológicas, como: vasodilatação periférica lo

cal, com consequente aumento do fluxo sanguíneo, da oxigenação teci

dual e do metabolismo celular; provoca ainda a contração imediata das

fibras colágenas, ativando os fibroblastos e promovendo uma neocolagê

nese, uma reorganização dos septos fibrosos e espessamento da cama

da subjacente dérmica, com melhora da sustentação, firmeza da pele e

redução da flacidez; melhora da drenagem linfática, com diminuição das
toxinas e dos líquidos intersticiais; lise ou ruptura das membranas do
adipócito, com redução no volume do tecido adiposo. Esta última é hipó

tese ainda não comprovada.

A RF é utilizada no tratamento da melhora do aspecto clínico da

LDG. Mas geralmente a RF tem melhor resultado quando usada em com

binação com outras técnicas, como ultrassom, luz infravermelha e dre

nagem linfática por sucção. De acordo com revisões bibliográficas, sua

eficácia sozinha, ou mesmo em combinação com outras tecnologias, no

tratamento da LDG é limitada.

Freeze®
Freeze
® é um equipamento de radiofrequência multipolar que funciona
com oito pontos, cria um campo magnético entre eles e atinge as cama

das superficiais e profundas da pele. Essa é uma tecnologia desenvolvi

da para reverter os efeitos do envelhecimento da pele e indicada para

a melhora e prevenção da flacidez corporal e facial. Os pulsos magnéti

cos estimulam o FGF2, hormônio responsável pelo crescimento dos va

sos sanguíneos e proliferação de fibroblastos, e, simultaneamente, a alta

potência da radiofrequência emite ondas eletromagnéticas, que promo

vem o aumento da síntese de colágeno e da elastina. Essa combinação de

energia causará um dano térmico controlado, estimulando os mecanis

mos de autorreparação do tecido cutâneo, com consequente melhora da

flacidez associada ao LDG.

Freeze®

Freeze®

 

Outros aparelhos
Outros aparelhos, de efetividade questionável, que podem ser utilizados

por auxiliarem no tratamento da LDG, são: eletrolipoforese, termotera

pia, iotonforese, oxigenozonoterapia e oxigenoterapia.

Eletrolipoforese: aplicação de várias longas agulhas em pares,
ligadas a um aparelho de baixa frequência, que criam um cam

po eletromagnético no tecido alvo, desencadeando uma lipólise e

drenagem linfática.

Termoterapia: uso do calor para vasodilatação local.
Iontoforese: aplicação de corrente galvânica na pele, o que cria
um campo eletromagnético e facilita a penetração de substância

ativa mediante a camada córnea e promove vasodilatação.

Oxigenozonoterapia: uso de oxigênio e gás ozônio para lipólise.
Atualmente é considerado iatrogênico, pois promove estresse in

flamatório e oxidativo, com destruição irreversível do tecido de

sustentação.

Oxigenoterapia: o excesso de oxigênio no tecido adiposo leva
à lipoclasia, mas, por outro lado, pode causar aumento da pro

dução de radicais livres e um dano biológico pela lipoperoxida

ção. Para evitar um dano oxidativo à distância, é recomendado

usar uma ampola de vitamina C e uma ampola de glutadiona re

duzida (antioxidante), por via endovenosa, uma hora antes da

oxigenoterapia.

TRATAMENTOS MINIMAMENTE INVASIVOS

Carboxiterapia
Esta técnica foi manuseada pela primeira vez em 1932, na França, em ar

teriopatias periféricas, mas somente em 1953 na região subcutânea. Em

2004, o método foi descrito por Brandi para fins estéticos pós-lipoaspi

ração e tratamento da flacidez.
O aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) no tecido
estimula a dissociação entre o oxigênio e a hemoglobina, causando libe

ração do oxigênio para o sangue e posteriormente para o tecido. Esse

processo gera, consequentemente, a expulsão do CO
2 pelo sangue para
ser eliminado pelos pulmões (Efeito Bohr).

A administração de CO
2 no tecido subcutâneo induz hipercapnia e re
duz o pH local, além de agir diretamente no relaxamento da musculatura

lisa das arteríolas, acarretando importante vasodilatação e melhora da

microcirculação. Além disso, a infusão do CO
2 na pele leva a um estira
mento tecidual e a uma consequente inflamação subclínica, que promove

os processos de reparo e regeneração, ativando os macrófagos, os fibro

blastos e células endoteliais. Com isso ocorre uma remodelação da matriz

extracelular, com formação de novas fibras de colágeno e elastina na pele

tratada e uma neoangiogênese. Além disso, estudos mostram que a infil

tração de gás CO
2 no tecido adiposo subcutâneo, por melhorar a circula
ção periférica, aumenta a perfusão tecidual e a pressão parcial de oxigênio

pela vasodilatação reflexa, levando à melhora na organização das linhas

fibrosas e à redução no número e no tamanho dos adipócitos na área tra

tada, melhorando a gordura localizada e o aspecto de casca de laranja da

celulite (LDG), uma vez que, ao reduzir o acúmulo da gordura localizada,

diminui a compressão tecidual local, a tração nos feixes fibróticos e a con

sequente protusão dos adipócitos na derme, típicos da LDG.

Com a melhoria dos fluxos sanguíneo e linfático, pela melhora da

perfusão tecidual periférica promovida pelo CO
2, ocorre aumento da
drenagem linfática e diminuição do lipedema associado à LDG.

Mesoterapia ou intradermoterapia
Mesoterapia é procedimento desenvolvido em 1952 pelo Dr. Michel Pis

tor para o tratamento da
dor e dos distúrbios vasculares. O termo meso
terapia
foi publicado pela primeira vez, por Pistor, em uma revista mé
dica local da França, em 1958, e definida por ele como tratamento do

mesoderma (a camada germinativa primária que se desenvolve em teci

do conjuntivo, no músculo e no sistema circulatório).

A mesoterapia consiste na aplicação de injeções intradérmicas de

ativos fitoterápicos ou farmacológicos diretamente na região a ser tra
tada.
Cada sessão consiste na aplicação de inúmeras injeções superfi

ciais com agulhas curtas especializadas e técnicas específicas. As inje

ções podem ser intradérmicas ou subcutâneas, embora conceitualmente

seja discutível se a técnica empregada neste último seria mesoterapia, já

que o número de puncturas e o volume injetado no subcutâneo não cor

respondem ao tradicionalmente utilizado na mesoterapia.

Apesar de a mesoterapia ser usada para diversos fins com diferen

tes tipos de substâncias e ter diversas revisões na literatura do seu uso

para lipólise e LDG, sua eficácia no tratamento desta não foi demonstra

da de forma consistente devido à variabilidade da substância e aos dife

rentes mecanismos de ação.

No capítulo “Tratamentos Injetáveis para Celulite” são abordados os

principais ativos usados em mesoterapia para o tratamento da LDG.

Bioestimuladores de colágeno injetáveis
Outra opção atual para o tratamento da LGD é o uso de bioestimuladores

de colágeno injetáveis (tais como ácido poli-L-láctico, hidroxiapatita de

cálcio ou PMMA) na área acometida pela celulite, pois essas substâncias

estimulam a produção de fibroblastos e de novos componentes de matriz

extracelular, levando a uma renovação e remodelação ativa do tecido con

juntivo, com ativação da produção de colágeno e elastina, além de pro

mover a angiogênese. Com isso há aumento da espessura e da densidade

dérmica, melhora do tônus e firmeza da pele, além de melhorar a micro

circulação em nível local, melhorando a flacidez e a aparência da LGD.

Esse tratamento pode ser feito isoladamente ou em combinação com

outras terapias, com excelentes resultados, em especial com a técnica de

Goldincision
®.
Ácido poli-L-lático (PLLA): são micropartículas de polímeros
sintéticos de ácido lático, absorvível, semipermanente e biode

gradável, que produz uma resposta inflamatória, por meio de

fagocitose por macrófagos teciduais (encapsulamento das micro

partículas) e fibroplasia subsequente. Metade do produto é dige

rido em seis meses. Ele tem duração de ação de 12 a 24 meses.

Hidroxiapatita de cálcio (CaHA): são microesferas de CaHA sinté
tico, não derivado de animais, biodegradável.
Sua composição quí
mica é similar à dos minerais naturalmente existentes em ossos e
dentes (análogo sintético do constituinte inorgânico dos ossos e

dentes). As microesferas de CaHA são encapsuladas por uma rede

de fibrina, fibroblastos e macrófagos, com o CaHA atuando como

um andaime para a fibroplasia e a formação do novo colágeno.

Esse processo inicia-se em até quatro semanas e perdura por cer

ca de doze meses. Porém, os efeitos clínicos da CaHA podem durar

de um a três anos. Sua eliminação do organismo segue a mesma

via de metabólitos dos restos ósseos resultantes de fraturas ós

seas comuns, o que garante sua biocompatibilidade e segurança.

Polimetilmetacrilato (PMMA): são microesferas não absorvíveis
resultantes da polimerização do monômero metacrilato de meti

la. Essas microesferas, ao serem injetadas no organismo huma

no, são encapsuladas pelas fibras de colágenos do hospedeiro e

cada microesfera produz uma reação individual no organismo,

estimulando os fibroblastos a formarem novas fibras coláge

nas; isso resulta num tecido conjuntivo sólido e rico em coláge

no, agindo, dessa forma, mais como estimulador tecidual do que

como preenchedor propriamente dito. O PMMA é o único implan

te permanente liberado pela Agência Nacional de vigilância Sani

tária (ANVISA) e pela
Federal Drug Administration (FDA) – EUA.
Policaprolactona (Ellansé®): é feito na mesma apresentação do
Radiesse
®, sendo 30% de partículas com microscopia aproxima
da de 40 micrômetros; cada partícula associada a um carreador

de carboximetilcelulose.

TRATAMENTOS CIRÚRGICOS

Laser-lipólise ou lipoaspiração a laser
A lipoaspiração é uma cirurgia que tem como objetivo aspirar com uma

cânula o excesso de gordura localizado em diferentes regiões do corpo.

A lipoaspiração a
laser (ou laser-lipólise) utiliza uma cânula, mas
com uma fibra óptica no seu interior, que conduz o
laser de diodo de bai
xa frequência (comprimento de onda de 650 nm). Este tem como alvo

quebrar a gordura subcutânea, facilitando sua eliminação pelo próprio
organismo
– quando em pouca quantidade –, ou facilitando sua poste

rior aspiração por cânulas. Ao ser quebrada a membrana do adipócito,

pela energia do
laser, reduz-se o trauma da retirada de gordura poste
riormente aspirada pela cânula convencional e se aumenta a coagulação

venosa, com menor incidência de hematomas e equimoses, o que propor

ciona uma recuperação mais rápida.

Esse
laser interage com as células de gordura, mesmo as localiza
das em camadas mais profundas, promovendo a ruptura dos adipóci

tos e a sua liquefação, transformando os triglicerídeos nele contidas em

glicerol e ácidos graxos, para que eles sejam removidos naturalmente

pela circulação linfática. Além disso, esse material tem afinidade com a

água e a oxi-hemoglobina; logo, quando a água é vaporizada, gera-se ca

lor, o qual estimula os fibroblastos a produzirem fibras colágenas, o que

suscita uma organização da derme reticular e promove a retração da

pele (
skin tightening), bem como um aumento da espessura cutânea, com
consequente tratamento das áreas flácidas.

A técnica de lipoaspiração a
laser foi aprovada pela ANVISA, mos
trando-se eficaz e segura para a redução da LDG/celulite e da gordura

localizada.

Lipoaspiração superficial com lipoenxertia
autóloga

Esta é uma técnica que associa a lipoaspiração superficial convencional

a uma cânula especial com ponta achatada, em forma de cunha, seme

lhante a um “bico de pato”; foi desenvolvida por Carlos Uebel, com a li

poenxertia autóloga subcutânea.

Na lipoenxertia autóloga, inicialmente, coleta-se gordura da região

dos quadris ou áreas trocantéricas e se reserva para usar na lipoenxer

tia. Posteriormente, é realizada uma lipoaspiração superficial com a câ

nula em forma de cunha. Essa cânula vai rompendo os ligamentos con

juntivos fibrosos, liberando os septos que prendem a pele à fáscia e ao

tecido subcutâneo, além de promover o mínimo possível de dano aos va

sos sanguíneos subdérmicos, mantendo, dessa forma, a pele bem vascu

larizada. Por fim, reinjeta-se subcutaneamente a gordura coletada em

todas as áreas onde houve a ruptura cirúrgica dos septos de tecido con
juntivo,
para preencher a região que ficou com o
espaço morto pelo pro
cedimento. No final de todo o processo, é realizado um curativo com

pressivo na área enxertada, além do uso de uma bermuda com malha de

compressão. O curativo é mantido por três semanas e a malha por mais

30 dias após a retirada do curativo.

Subcision®
Esta é uma técnica cirúrgica descrita em 1995 por Orentreich e Oren

treich para a correção de rugas e cicatrizes deprimidas da face. Em 1997,

ela foi descrita para o tratamento de celulite por Hexsel e Mazzucco.

Subcision
® é indicada na celulite para os descolamentos dos septos
fibrosos. Ela é realizada com o paciente deitado, sem associação com o

uso de produtos injetáveis, uma vez que a própria Subcision
® age como
preenchedor autólogo e fisiológico.

Essa técnica está descrita em detalhes em outros capítulos deste

livro.

Goldincision®
A Goldincision
® é uma marca que envolve um método desenvolvido pelo
cirurgião brasileiro Roberto Chacur que trata diversos aspectos da celu

lite, como a fibrose, a flacidez e a má circulação local. O método combina

bioestimuladores de colágeno injetáveis com descolamento dos septos fi

brosos, sendo realizado com o paciente em pé, para tratar, ponto a ponto,

as depressões na pele, além de também reduzir a flacidez, que é uma das

causas da celulite.

Essa técnica também está descrita em detalhes em outros capítulos

deste livro.

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