O QUE A CIÊNCIA PROMETE PARA O FUTURO?

Conteúdo extraído do livro “Ciência e Arte do Preenchimento”, Ed. AGE, 2018.

Uma “poupança-beleza” baseada na reserva de células para uso estético é o que se pode prever para o futuro. O serviço de congelamento e armazenamento de células jovens e saudáveis para emprego em tratamentos de beleza de longo prazo é uma das propostas da medicina já disponível em laboratório, muito embora a técnica ainda divida os especialistas.
Embora os resultados sejam promissores, boa parte das possíveis aplicações das células preservadas está longe de ser realidade. E as que já foram aprovadas e têm aplicações efetivas no exterior não foram validadas até o momento no Brasil.
Armazenar células-tronco do cordão umbilical – e fibroblastos, as células produtoras de colágeno, um dos principais componentes da firmeza da pele – é uma técnica de correção de rugas e depressões na pele que a FDA, a agência que regula remédios e alimentos nos EUA, já aprovou. A técnica consiste em retirar um pequeno pedaço de pele do paciente, preferencialmente de uma área pouco exposta ao sol, para minimizar as chances de mutações. Depois, essas células são cultivadas em laboratório e reinjetadas, corrigindo as imperfeições.
Ainda que as atuais aplicações de substância preenchedora, e mesmo de toxina botulínica, já garantam bons resultados, as empresas acreditam em maior vida útil do método e menor ocorrência de alergias se se usarem as próprias células do paciente.
Hoje, o armazenamento das próprias células em um banco privado é visto como um seguro-saúde e vai além das questões estéticas, embora os médicos e a própria Sociedade Brasileira de Dermatologia ainda não tenham uma definição clara quanto às suas aplicações práticas. A médio ou longo prazo, os resultados poderiam alcançar a excelência se se formalizar um estudo de validação dos fibroblastos no Brasil.

Durante certo tempo, um laboratório mais tarde adquirido pela empresa AMIL lançou no mercado nacional o RevitaCell, liberado pela Anvisa, que permitiu coletar e aplicar células-tronco mesenquimais (da própria gordura do paciente). O tratamento consistia em realizar um miniaspirado com mínimo de 70 gramas de gordura, que eram então enviadas por avião para o laboratório (tudo devidamente pré-agendado), onde as células-tronco eram isoladas e proliferadas em laboratório para posterior utilização, fosse para fins estéticos (derme) ou regenerativos (articulação e órgãos).
O processamento das células demorava 45 dias para que elas que pudessem então ser utilizadas, ou eram mantidas congeladas por tempo indeterminado, para uso futuro, seja para fins estéticos ou tratamento de doenças.
Em alguns pacientes, foi possível realizar três aplicações com intervalos mensais, sendo que em cada procedimento eram aplicadas, em média, dez seringas de 0,6ml, com mais de um milhão de células-tronco viáveis por seringa. Essas células-tronco podiam ter como veículo o ácido hialurônico, o que promovia efeito imediato, já que a diferenciação dessas células em fibroblastos para posterior depósito de colágeno demora algum tempo.
Devido ao seu poder pluripotente, essas células-tronco poderiam também ser transformadas no órgão ou tecido danificado, visando a regenerá-lo. Uma
das teorias cogitadas no meio científico seria a validade de aplicar milhões dessas células em um órgão-alvo – e por que não no sistema vascular de todo o organismo?

Enquanto a técnica não se aperfeiçoa, prevalece uma projeção: como será a cirurgia plástica estética e reconstrutiva daqui a três décadas?
Atualmente, o leque de opções é imenso e vai muito além do que se esperava em gerações anteriores. Avanços na engenharia de tecidos, transplantes de mãos e de face e uma grande variedade de produtos biológicos se tornaram comuns no campo da cirurgia plástica.
Mas, em 30 anos, a engenharia de tecidos personalizada irá além, permitindo que estruturas físicas – orelha, traqueia e pele, por exemplo – possam ser criadas em laboratório e implantadas com sucesso para restaurar funcionalidades e formas. Também será possível controlar melhor o sistema imunológico, o que
viabilizará o transplante de estruturas complexas.
Avanços médicos poderão desacelerar ou até mesmo reverter o processo de envelhecimento, incluindo os sinais externos da idade. Esses avanços renderão
tratamentos farmacêuticos e dietéticos que modificarão a apoptose celular (morte programada das células), assim como a quebra do colágeno da pele e de outros
tecidos moles que provocam aparência envelhecida.
Enfim, a demanda inicial de todo ser humano – parecer jovem e atraente a despeito da passagem do tempo – poderá ser atendida.

Ver Capítulos

Introdução

Em busca da fonte da juventude

Primeira Parte: CONCEITOS DE BELEZA

Anatomia ósse da face
Anatomia da pele
Beleza e Atratividade
– Por que achamos alguém bonito?
– Sequência de Fibonacci
– Estética áurea
– Para pensar
Etiologia do envelhecimento
– Como nos tornamos senis?
– Telômeros e senescência
– Isto é surpreendente!
– Vida útil em discussão
– O equilíbrio da imunidade
O envelhecimento cutâneo
– Fisiopatologia
– Achados clínicos
– Medidas preventivas
– A importância do bom-senso médico no tratamento estético
Transtorno dismórfico corporal
– Etiologia
– TDC e procedimentos estéticos
O potencial de transformação dos fillers
– Condições ideais para um bom produto de preenchimento
– O que é o preenchimento
– Lifting X Ressurfacing
– Técnicas de volumetria
O que a ciência promete para o futuro?

Segunda parte: PREENCHEDORES MAIS USADOS

Não permanentes
Permanentes ou não absorvíveis
Características gerais
Polimetilmetacrilato
Ácido hialurônico
MD Codes
Ácido polilático
– Utilização dos fios de ácido polilático
Hidroxiapatita de cálcio
Hidrogel
Silicone líquido injetável
Outros tratamentos associados a preenchimento
– Toxina botulínica
– Laser CO2 fracionado
Adendo: Análise microscópica do polimetilmetacrilato

Terceira parte: O PASSO A PASSO DA TRANSFORMAÇÃO

Uma plástica minimamente invasiva
O instrumental que se usa
O procedimento e a “mão” do médico
Tipos de anestesia
Perigos do procedimento com preenchedores em geral
Topografia facial e riscos do preenchimento
Complicações e como gerenciá-las

Quarta parte: PROCEDIMENTOS FACIAIS E CORPORAIS

Preenchimento facial
Preenchimento das maçãs do rosto
Preenchimento de rugas, sulcos faciais e cicatrizes
Rinomodelação com preenchimento
Preenchimento da mandíbula
Preenchimento labial
Preenchimento do mento
Preenchimento de pálpebras
Preenchimento peitoral
Preenchimento de glúteos
Preenchimento em lipodistrofia
Bioplastia genital
– Bioplastia e técnicas para aumento do pênis
– Bioplastia de saco escrotal
– Bioplastia de glande
– Bioplastia de vulva
– Bioplastia de clitóris
– Bioplastia de reconstrução após mudança de sexo
Poliomielite
Síndrome de Parry Romberg
Tratamento de celulite e irregularidades cutâneas
Goldincision – Tratamento com subcisão e preenchimento com PMMA

Quinta parte: ASPECTOS JURÍDICOS

A Anvisa e os produtos aprovados por ela
Direito e Medicina
A lei e o uso de implantes líquidos
O Código de Ética Médica

 

 

 

Ciência e Arte do Preenchimento é o primeiro livro do Dr. Roberto Chacur. Na publicação, o Dr. Chacur reúne sua experiência para mostrar a ciência por trás do preenchimento e o requinte da arte na hora de trabalhar harmonização facial e corporal.

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