Você sabia que existem mais de 160 tipos diferentes de ácido hialurônico disponíveis para preenchimento? Com tantas opções, entender como funciona a reologia do ácido hialurônico se tornou um diferencial para profissionais que querem entregar resultados mais previsíveis para seus pacientes.

Diferentes marcas no Brasil e no mundo oferecem produtos com características reológicas distintas, cada um com propriedades específicas para diferentes áreas de aplicação e objetivos estéticos.

É esse perfil reológico de cada produto que determina como ele vai se comportar, se distribuir e interagir com os tecidos após a aplicação.

Propriedades reológicas: o que é essencial para escolha do produto

Antes de mergulharmos nos detalhes, vamos definir reologia. Simplificando, é a ciência que estuda como os materiais fluem e se deformam em resposta à aplicação de forças.

Entender a reologia do ácido hialurônico é compreender como ele irá se comportar durante e após a aplicação do produto, o que sem dúvida pode afetar diretamente o resultado final e a naturalidade do procedimento.

Cada preenchedor possui um perfil reológico específico: alguns são mais firmes e estruturados, outros mais maleáveis e adaptáveis.

As principais propriedades reológicas são a reticulação, coesividade, viscoelasticidade e o G Prime (G’).

Reticulação (Cross-linking)

Determina a durabilidade e resistência do preenchedor. Em nossa prática clínica, observamos que um ácido hialurônico mais reticulado apresenta maior sustentação e durabilidade mas pode ser menos maleável.

Já um ácido hialurônico com baixa reticulação oferece uma maleabilidade maior e resultados mais naturais, mas com menor duração na região aplicada.

Coesividade

Determina como o produto se integra e se distribui nos tecidos. Preenchedores com maior coesividade tendem a permanecer mais “unidos” no local de aplicação, sendo ideais para volumização e definição de áreas específicas. Uma alta coesividade é importante para evitar que o produto migre.

Já produtos com menor coesividade se distribuem mais pelos tecidos, proporcionando resultados mais suaves e naturais, sendo mais indicados para hidratação e tratamentos mais sutis.

G Prime (G’) – Módulo de elasticidade

Mede a capacidade de sustentação do produto. Na prática clínica, produtos com G’ elevado (acima de 250 Pa) são excelentes para áreas que necessitam de uma projeção maior, como a região malar e a mandíbula. A força Em regiões com musculatura mais forte, como a região mandibular, produtos com maior módulo de elasticidade (G’) proporcionarão melhor sustentação e durabilidade.

Por outro lado, produtos com G’ mais baixo (abaixo de 100 Pa) são ideais para regiões delicadas como a área periorbital, onde precisamos de sutileza e naturalidade. 

Viscoelasticidade:

Determina como o produto responde aos movimentos faciais. Os preenchedores com maior viscoelasticidade mantêm sua forma enquanto acompanham naturalmente a expressão facial, ideal para áreas dinâmicas como a região perioral. 

Já produtos com baixa viscoelasticidade são mais indicados para regiões que necessitam de uma maior estabilidade estrutural.

A reologia ideal para cada região da face

Cada área do rosto tem suas particularidades e, portanto, demanda características específicas do preenchedor. A escolha incorreta pode levar a resultados indesejáveis, como edema, nódulos ou um aspecto artificial. Veja abaixo as características mais indicadas para algumas regiões importantes:

Região dos olhos:

  • Produtos com média reticulação
  • Baixo cross-link
  • Foco na integração natural e prevenção de edema

Maçãs do rosto:

  • Alto G Prime (>250 Pa)
  • Elevada reticulação
  • Maior capacidade de sustentação
  • Durabilidade prolongada

Região dos lábios:

  • Reticulação moderada
  • Equilíbrio entre definição e mobilidade
  • Adaptação aos movimentos naturais
  • Hidratação adequada

Propriedade reológica para cada tipo de objetivo

Objetivo Propriedade reológica ideal Característica necessária
Volumização Alta coesividade Maior sustentação
Definição Média reticulação Equilíbrio entre suporte e mobilidade
Hidratação Baixa reticulação Maior capacidade de atração de água

 

Outros fatores que influenciam nos resultados do preenchimento

Além do conhecimento sobre a reologia, o sucesso do preenchimento com ácido hialurônico depende também características de algumas características individuais de cada paciente, como a qualidade da pele, a força muscular da região a ser tratada e o padrão de envelhecimento. Esse e outros fatores influenciam diretamente na interação do produto com os tecidos. A análise criteriosa destes fatores, somada à experiência clínica do profissional, permite alcançar resultados seguros, naturais e duradouros.

A análise criteriosa destes fatores, somada à experiência clínica do profissional, permite alcançar resultados seguros, naturais e duradouros. A individualização do tratamento, considerando todos os aspectos discutidos neste artigo, é a chave para o sucesso nos procedimentos com ácido hialurônico.

 

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