PREENCHIMENTO EM LIPODISTROFIA
Lipodistrofia é o nome que se dá às mudanças que acontecem no corpo em razão da má distribuição de gordura no corpo. Um dos efeitos colaterais do tratamento com medicação antirretroviral em portadores de HIV é o adelgamento das pernas, nádegas, braços e, principalmente, do rosto, ao passo que, de forma inversa, ocorre acúmulo de gordura no abdômen, costas, pescoço e mamas. Essa transformação leva muitos pacientes a buscar formas de melhorar sua aparência. Para tanto, os cirurgiões plásticos e os dermatologistas são os mais procurados. Para resgatar a autoestima e a vida social de soropositivos, a medicina tem aperfeiçoado uma vasta e diversificada gama de tratamentos estéticos.
Enxertos, permanentes ou temporários, com aplicação de prótese em determinadas partes do corpo, são uma das opções existentes. A lipoescultura e a utilização de aminoácidos, associadas a exercícios físicos visando a desenvolver a musculatura, também vêm sendo usadas para amenizar os efeitos causados pela lipodistrofia.
Entretanto, a perda de gordura na face talvez seja o maior problema para os portadores de AIDS, de modo que são as técnicas de preenchimento as mais indicadas para esses casos. O uso de preenchedores em lipodistrofia surge como alternativa ainda mais segura para esses pacientes na medida em que não os submete a um ambiente hospitalar ou a cirurgias invasivas. A falta de gordura em determinadas áreas do corpo pode ser corrigida com compostos definitivos, como o PMMA, ou absorvíveis, como o ácido hialurônico ou ácido polilático (Sculptra) ou ainda hidroxiapatita de cálcio (Radiasse) e outros preenchedores diversos, respeitando o modo de ação de cada substância e suas indicações.
COMO EU FAÇO – Como já foi assinalado anteriormente, para volumes consideráveis (mais de 10 ml) sugiro o uso de substâncias de longa duração (embora todos os implantes líquidos possam ser utilizados); caso contrário, será necessário fazer uma manutenção constante, o que pode gerar desconforto e possível não aderência ao tratamento. Como sempre, recomendo o uso de microcânulas atraumáticas, anestesia local ou bloqueio em áreas específicas. Em áreas onde desejo projeção, o produto deve ser implantado de forma submuscular, visando não apenas a correção e modulação muscular, mas também a naturalidade. Entretanto, pacientes HIV+ apresentam um subcutâneo com necessidade de reposição, sendo muitas vezes indispensável uso de preenchimento em subderme, sempre de forma bem distribuída, com a cânula sempre em movimento. As quantidades de implantes variam: no SUS, o Ministério da Saude disponibiliza o uso de até 20 ml; entretanto, em clínicas privadas o volume varia muito; há casos de 30 ml ou mais na face em uma única sessão.
No tratamento de grupos musculares (geralmente glúteos e pernas), o conceito é o mesmo: quando se deseja projeção, o volume principal é colocado de maneira intramuscular. Mas, diferentemente da técnica convencional aplicada em glúteos, o paciente precisará de volume também no subcutâneo, para que tenha não só uma pele mais volumosa, mas também melhor aspecto da vascularização, que fica muito aparente.
Ver Capítulos
Em busca da fonte da juventude
Primeira Parte: CONCEITOS DE BELEZA
Anatomia ósse da face
Anatomia da pele
Beleza e Atratividade
– Por que achamos alguém bonito?
– Sequência de Fibonacci
– Estética áurea
– Para pensar
Etiologia do envelhecimento
– Como nos tornamos senis?
– Telômeros e senescência
– Isto é surpreendente!
– Vida útil em discussão
– O equilíbrio da imunidade
O envelhecimento cutâneo
– Fisiopatologia
– Achados clínicos
– Medidas preventivas
– A importância do bom-senso médico no tratamento estético
Transtorno dismórfico corporal
– Etiologia
– TDC e procedimentos estéticos
O potencial de transformação dos fillers
– Condições ideais para um bom produto de preenchimento
– O que é o preenchimento
– Lifting X Ressurfacing
– Técnicas de volumetria
O que a ciência promete para o futuro?
Segunda parte: PREENCHEDORES MAIS USADOS
Não permanentes
Permanentes ou não absorvíveis
Características gerais
Polimetilmetacrilato
Ácido hialurônico
MD Codes
Ácido polilático
– Utilização dos fios de ácido polilático
Hidroxiapatita de cálcio
Hidrogel
Silicone líquido injetável
Outros tratamentos associados a preenchimento
– Toxina botulínica
– Laser CO2 fracionado
Adendo: Análise microscópica do polimetilmetacrilato
Terceira parte: O PASSO A PASSO DA TRANSFORMAÇÃO
Uma plástica minimamente invasiva
O instrumental que se usa
O procedimento e a “mão” do médico
Tipos de anestesia
Perigos do procedimento com preenchedores em geral
Topografia facial e riscos do preenchimento
Complicações e como gerenciá-las
Quarta parte: PROCEDIMENTOS FACIAIS E CORPORAIS
Preenchimento facial
Preenchimento das maçãs do rosto
Preenchimento de rugas, sulcos faciais e cicatrizes
Rinomodelação com preenchimento
Preenchimento da mandíbula
Preenchimento labial
Preenchimento do mento
Preenchimento de pálpebras
Preenchimento peitoral
Preenchimento de glúteos
Preenchimento em lipodistrofia
Bioplastia genital
– Bioplastia e técnicas para aumento do pênis
– Bioplastia de saco escrotal
– Bioplastia de glande
– Bioplastia de vulva
– Bioplastia de clitóris
– Bioplastia de reconstrução após mudança de sexo
Poliomielite
Síndrome de Parry Romberg
Tratamento de celulite e irregularidades cutâneas
Goldincision – Tratamento com subcisão e preenchimento com PMMA
Quinta parte: ASPECTOS JURÍDICOS
A Anvisa e os produtos aprovados por ela
Direito e Medicina
A lei e o uso de implantes líquidos
O Código de Ética Médica