Paciente do sexo feminino de São Paulo com 34 anos insatisfeita com a aparência da prótese de silicone no glúteo, após passar por duas cirurgias procurou a Clínica Leger, onde foi atendida pelo Dr. Roberto Chacur e sua equipe de médios capacitados para realização de procedimentos com PMMA. O tratamento escolhido foi a substituição de prótese de silicone por PMMA, sendo o caso relatado em artigo publicado em janeiro de 2019 no Jornal de Cirurgia Plástica e Cirurgia de Mão pelo Grupo de Pesquisa Leger, que é coordenado pelo Dr. Chacur e ainda inclui o Dr. Honório Sampaio Menezes, Dra. Nívea Maria Bordin da Silva Chacur, Dra. Danuza Dias Alves, Dr. Rodrigo Cadore Mafaldo, Dr. Leandro Dias Gomes, Dra. Gina Matzenbacher e a biomédica Renata Bataiolli. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAAE número 25313613.4.0000.5330.
Leia o artigo aqui.
A redefinição do contorno corporal foi realizada com cirurgia para remoção da prótese seguida de preenchimento com PMMA. Depois da cirurgia uma ressonância magnética revelou um seroma que foi aspirado com agulha. Depois de três meses da remoção da prótese foram iniciadas as sessões de preenchimento. O tratamento é realizado em etapas, pois a aparência final pode variar uma vez que cada 20% de produto utilizado estimula 80% de tecido do próprio paciente, sendo necessário observar a resposta de cada organismo ao longo de diversas sessões para aplicações complementares até que o efeito desejado seja atingido. No caso relatado a paciente passou por seis sessões de preenchimento, totalizando 801 mls de PMMA injetado gradualmente ao longo de sete meses. Acompanhada por cinco anos, a paciente não apresentou reações adversas, mais um indicador da ausência de relação direta entre o volume utilizado e possíveis efeitos colaterais.
O artigo traz ainda uma analise da literatura médica sobre aumento de glúteos. Um dos mais abrangentes estudos sobre o tema fez uma revisão sistemática de 52 trabalhos publicados no mundo todo entre 1969 e 2015 totalizando 7.834 pacientes tratados com cinco técnicas diferentes: implante de silicone, lipoescultura, transplante de retalho, implante de ácido hialurônico e reorganização do tecido local. Segundo os dados, as maiores taxas de complicação foram de 30,5% em implante de silicone, 22% em transplante de retalho e 10,5% em lipoescultura. 10,5%. As aplicações de ácido hialurônico provocaram apenas efeito colaterais de menor seriedade como inchaço, coceira e hematoma, respostas naturais do organismo à intervenção que regridem sem tratamento específico. Contudo, apesar da substância ter se demonstrado segura e efetiva, além de seus efeitos temporários, a grande necessidade de volume para aumento de glúteos torna o procedimento inviável em termos de custo, uma vez que o valor do produto depende da quantidade de mililitros utilizada.
A análise feita no artigo em questão também menciona o trabalho publicado pelo cirurgião plástico alemão Gottfried Lemperle, uma das maiores referências mundiais em PMMA, que avaliou o comportamento do organismo à presença de diferentes substâncias preenchedoras como silicone líquido, ácido polilático, hidroxiapatita de cálcio, ácido hialurônico, e claro, PMMA. O exame histológico de uma das marcas de polimetilmetacrilato testada mostrou que as microesferas foram encapsuladas por tecido conjuntivo, macrófagos e células gigantes esporádicas, enquanto a segunda marca apresentou apenas uma pequena reação celular que regrediu em seis meses. A conclusão do trabalho apontou que os produtos eram clinica e histologicamente seguros.
Outro estudos citado demonstrou uma melhora na biocompatibilidade do PMMA com o organismo humano após as microesferas serem produzidas em tamanho uniforme, resultando em menos efeitos adversos. Um trabalho similar apontou ainda a importância da utilização de uma técnica apropriada de aplicação profunda para o sucesso de procedimentos realizados com a substância. Por último o análise registra a pesquisa divulgada em 2016 durante o 1° Simpósio Consenso Brasileiro de Implantes Infiltrativos que envolveu 36 médicos de todo o Brasil com um total de 87.371 preenchimentos realizados com PMMA e registrou apenas 719 complicações, o equivalente a 0,823% do total.