TRATAMENTOS INJETÁVEIS PARA CELULITE

Conteúdo extraído do livro “Vitória Contra a Celulite” do Dr Roberto Chacur, Ed. AGE, 2023.

Dra. Cibele Tamietti Durães

No tratamento da celulite, associamos diferentes técnicas, incluindo a mesoterapia, com o objetivo de obter melhores resultados clínicos.
A mesoterapia consiste em injeções de diferentes ativos diretamen
te na área que desejamos tratar. Na lipodistrofia ginoide (LDG), os agentes escolhidos no tratamento devem atuar no tecido conjuntivo, na microcirculação (arteriolar, capilar, nos sistemas venoso e linfático) e/ou no tecido adiposo. Os efeitos terapêuticos desse tratamento dependem da escolha de medicamentos, do local de administração, da composição dos medicamentos, da profundidade de administração e de um grande conhecimento, por parte do médico, da técnica terapêutica.

 

Com a colaboração de colegas médicos experientes, o Dr. Roberto Chacur reúne neste livro uma abordagem em torno do tema que vai desde a gênese da celulite, o método próprio de avaliar e classificar, as doenças associadas e a modulação hormonal até os tratamentos existentes, o que realmente funciona e por qual motivo o método GOLDINCISION é considerado o padrão ouro.

Embora existam diversos ativos com que agem em diferentes necessidades da LDG, e com grande potencial teórico, existem poucos estudos científicos avaliando detalhadamente a segurança e a eficácia de cada um deles em específico e o real resultado clínico no paciente. Muitos autores, no entanto, relatam ótimos resultados no tratamento da LDG com a mesoterapia.

Os principais ativos usados no tratamento de LDG podem ser divididos nas seguintes categorias, dada a sua diversidade no mecanismo de ação:
Lipólise da gordura localizada: fosfatidilcolina e ácido deoxicólico.
Lipolítico: L-carnitina; L-arginina; bases xantínicas (cafeína, teofilinas e aminofilinas); silício orgânico (trissilinol); Conjunctyl® (amino metil silanetriol salicilato); SAC (siloxanetriol alginato de cafeína); ioimbina; tiratricol (Triac®); tripeptídeo-41.
Estimuladores de colágeno e elastina: silício orgânico (trissilinol).
Intensificadores circulatórios: benzopironas; rutina; aminofilina; pentoxifilina; ioimbina; crisina; alcachofra; ginkgo biloba.
Vitaminas: vitaminas A, C, E e K.
Degradação do tecido conjuntivo: hialuronidase e colagenase.
Anestésico: procaína.

FOSFATIDILCOLINA

plantacao de soja

Plantação de Soja (Fonte: Jcesar2015/pixabay.com (2022))

A fosfatidilcolina é um fosfolipídio derivado da lecitina de soja com ati
vidade lipolítica. Ela afeta a permeabilidade da membrana do adipóci

to e mobiliza a gordura de dentro das células para a corrente sanguí

nea, onde é excretada pelos rins e intestinos. A fosfatidilcolina pode ser

adicionada a pequenas quantidades de desoxicolato de sódio, para au

mentar sua eficácia de dissolução de gordura por intermédio da desin

tegração dos adipócitos. Além disso, esse fosfolipídio promove lipóli

se por estimular os receptores β e inibir os receptores α2 presentes na

membrana dos adipócitos; ele

causa, ainda, uma necrose infla

matória mediada por citocinas,

com subsequente reabsorção de

adipócitos.

ÁCIDO DEOXICÓLICO

O desoxicolato de sódio é também conhecido como “ácido deoxicólico”
e está presente naturalmente na bílis humana, atuando na forma de um

detergente para a emulsificação das gorduras ingeridas nas dietas.

O
desoxicolato de sódio é usado na medicina há anos, em injeções
subcutâneas, para a redução de gordura localizada nas regiões de papa

da, abdômen, quadris e coxas. Esse ácido, devido a sua ação detergente,

induz a destruição das membranas dos adipócitos de uma forma não es

pecífica (lipólise química).

Quando administrado por via subcutânea, o desoxicolato de sódio

promove a diminuição do oxigênio da célula adipocitária, levando à va

cuolização dos adipócitos e a um subsequente aumento da permeabili

dade da membrana; à alteração do PH do meio; e a uma inflamação agu

da no interior do septo e dos lóbulos de gordura subcutânea. Este último

acaba por resultar em uma ruptura das paredes dos adipócitos e na que

bra direta das células de gordura (necrose gordurosa). Com isso, facili

ta-se a liberação do conteúdo lipídico (ácidos graxos) armazenado no in

terior da célula gordurosa.

Quando usado de forma inadequada e em altas doses, o ácido deoxi

cólico pode proporcionar o aparecimento de pancreatite aguda, apopto

se, edema e liberação de prostaglandinas E2. Ademais, caso utilizado no

plano intradérmico ao invés do subcutâneo, podem ocorrer nódulos do

lorosos que demoram de 7 a 10 dias para desaparecerem.

L-CARNITINA

A L-carnitina é encontrada normalmente na dieta de origem animal e
vegetal, sendo os produtos de origem animal mais ricos em L-carnitina

que os de origem vegetal. A L-carnitina também é sintetizada no próprio

organismo a partir de dois aminoácidos essenciais: L-lisina e L-metioni

na. Sua biossíntese ocorre principalmente no fígado e nos rins, de onde

é liberada para o sangue e transportada para os músculos esquelético e

cardíaco.

A L-carnitina é muito importante para o metabolismo energético.
Ela é responsável por transportar os ácidos graxos de cadeia longa do

citosol para o interior da mitocôndria, onde sofre a β-oxidação e produz

o ATP (energia celular). Portanto, a taxa de β-oxidação é determinada

pela atividade do sistema de transporte de ácidos graxos dependente de

L-carnitina.

A L-carnitina participa ainda de inúmeros outros processos meta

bólicos, tais como metabolismo de carbo-hidratos, aminoácidos de ca

deia ramificada e cetogênese. Isso é essencial no metabolismo lipídico,

uma vez que permite às células quebrarem a gordura pelo processo de

β-oxidação. A associação de L-carnitina com outros agentes lipolíticos é

uma excelente alternativa para o tratamento da gordura localizada.

L-ARGININA

L-arginina é um aminoácido que age na redução da gordura localizada,
pelo estímulo da lipólise e pela melhora do perfil metabólico com o au

mento do gasto de energia pelo corpo.


A L-arginina estimula a biogênese mitocondrial, aumentando a ex

pressão das moléculas de sinalização celular (como, por exemplo, o óxido

nítrico), além de aumentar a oxidação de substratos de energia, como a

glicose e os ácidos graxos de cadeia longa. Ademais, essa substância ain

da aumenta a secreção do hormônio de crescimento, que auxilia na quei

ma de gordura e modula a expressão e função de enzimas que atuam no

metabolismo lipídico em tecidos sensíveis à insulina, além da resposta

antioxidante. Tudo isso contribui para o aumento do processo de lipólise

e da redução da adiposidade localizada.

CAFEÍNA

A cafeína age como antagonista dos receptores de adenosina, gerando
uma ação lipolítica, com a liberação dos ácidos graxos dos adipócitos.

Os adipócitos possuem receptores de adenosina, que são responsá
veis pela inibição da lipólise.

A adenosina, ao se ligar ao seu receptor adenosina A1, medeia uma ação anti-lipolítica sobre os adipócitos, inibindo a via da adenilato-ciclase (AC) e a produção de AMP cíclico (AMPc). A cafeína compete com a adenosina por esse receptor e, ao se ligar a ele, inibe a enzima-fosfodiesterase, aumentando a produção de AMPc e a liberação de epinefrina, o que, consequentemente, aumenta a lipólise.

 
TRISSILINOL – SILÍCIO ORGÂNICO

Na LDG ocorre diminuição da microcirculação e subsequente déficit de
nutrientes nos tecidos; a matriz intersticial torna-se mais densa e as fi

bras colágenas mais curtas e espessas.


O silício é um oligoelemento essencial que exerce diversas funções

no nosso organismo e está presente nas estruturas do colágeno, da elas

tina, das proteoglicanas e das glicoproteínas, sendo de grande impor

tância para o tecido conjuntivo. Essa substância estimula a síntese de

fibras elásticas e colágenas, favorecendo a regeneração e a reorganiza

ção delas, além de proporcionar um remodelamento da derme, evitando

a glicosilação dessas fibras, o que previne a flacidez da pele. Ademais, o

silício aumenta a enzima hialurano-sintetase, a qual é responsável pela

síntese do ácido hialurônico, contribuindo, assim, para a hidratação e a

firmeza da pele e para a melhoria geral da textura cutânea.


O silício, por ter ação antioxidante, promove uma glicosilação não

enzimática e a normalização da mitose celular dos fibroblastos, evi

tando que a peroxidação lipídica desorganize o tecido conjuntivo, cau

sando rigidez nele. Portanto, o silício contribui com uma ação antien

durecimento da derme. O silício orgânico desempenha ainda uma ação

lipolítica, pelo aumento das concentrações de AMPc dentro do adipócito,

o que ativa a lipólise e contribui para a redução da gordura localizada.

 
SILOXANETRIOL ALGINATO DE CAFEÍNA (SAC)

O siloxanetriol é um ativo que associa a cafeína pura e o ácido algíni
co à molécula de silanol. Atua como lipolítico por promover aumento de

AMPc e por inibir a enzima lipoproteína-lipase. Ao aumentar o AMPc, in

duz a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol e, ao inibir a
enzima lipoproteína-lipase, impede a estocagem de triglicerídeos den
tro dos adipócitos.


O processo de lipólise, por aumentar o conteúdo lipídico no local,

leva a uma peroxidação lipídica do tecido conjuntivo, com desorganiza

ção das fibras de colágeno e elastina. A molécula de silício orgânico pre

sente no SAC contribui para a reorganização dessas fibras e a melhora

do tecido de sustentação. O uso do SAC é indicado nos tratamentos de

LDG e de gordura localizada.

 
IOIMBINA

Planta Iombina

Iombina
Fonte: Tatters/flickr.com (2022).

A ioimbina é um fármaco derivado da planta da espécie Pausinystalia
johimbe
, encontrada na África Ocidental e Central, que atua como lipo
lítico e vasodilatador. A ioimbina age como antagonista seletiva dos re

ceptores alfa-2 adrenérgicos localizados nas células de gordura, dimi

nuindo o estímulo deles e permitindo a ação dos beta-1-adrenérgicos

com atividade lipolítica.

A ioimbina, por promover a liberação do óxido nítrico, tem ação

vasodilatora periférica no nível de pele, rins, intestinos e área genital.

É contraindicada em pacientes

com histórico de doença cardía

ca, renal ou hepática, hiperten

são arterial e em pacientes com

distúrbios psiquiátricos ou de

pressão endógena grave.

 
TIRATRICOL (TRIAC®)

O tiratricol (Triac®) é um ácido 3,5,3’ tri-iodo-tiroacético derivado me
tabólico da tri-iodotironina com ação lipídica. Age inibindo a fosfodies

terase dentro dos adipócitos, com produção do adenosina monofosfota
da cíclica (AMPc)
e hidrólise dos triglicerídeos em ácidos graxos livres e

glicerol. Além disso, esse ácido também ativa os receptores β-adrenérgi

cos, induzindo a lipólise e a redução do tamanho das células gordurosas.

TRIPEPTÍDEO-41

O tripeptídeo-41 é um peptídeo derivado do fator de crescimento trans
formador β de aminoácidos, que atua por comunicação celular, estimu

lando a síntese de moléculas mensageiras com ação lipolítica. O tripeptí

deo-41 age em quatro etapas:

estimula a produção de citocinas importantes na lipólise;
aumenta o AMPc dentro dos adipócitos, facilitando seu esvazia-
mento;

libera substâncias que reduzem a entrada dos ácidos graxos den
tro das células de gordura, inclusive os ácidos graxos vindos da

dieta que iriam formar a gordura de reserva;

diminui a hipertrofia das células gordurosas.

BENZOPIRONA

Benzopirona é um nome genérico que agrupa diversas substâncias
(cumarinas, troxerutina, diosmina, rutosídeos) e que se caracterizam

por sua ação linfocinética em diferentes tipos de linfedema e estados

linfostáticos. A benzopirona tem por mecanismo de ação o aumento da

atividade dos macrófagos teciduais, que, uma vez ativados, têm ativi

dade proteolítica, removendo as proteínas do interstício e diminuindo

a pressão osmótica deste em relação aos capilares, promovendo, assim,

a passagem da água para os capilares, com redução do edema e da in

flamação local. Ao melhorar o intercâmbio tissular e estimular a ativi

dade proteolítica, a benzopirona também age minimizando a formação

de fibrose.

Esse composto, portanto, aumenta o fluxo vascular e linfático, di

minui a permeabilidade capilar e a quantidade de fluido formado no te

cido subcutâneo. Ademais, ele também estimula os receptores de célu

las linfocitárias e a contração dos linfonodos, favorecendo o processo de
drenagem linfática e restabelecendo, assim, a microcirculação no tecido adiposo.
A benzopirona está indicada no tratamento da LDG associada com

insuficiência venolítica. Seu uso está contraindicado em pacientes com

hipersensibilidade à cumarina ou em portadores de hepatopatias graves.

PENTOXIFILINA

A pentoxifilina é um derivado da metilxantina com ação lipolítica, va
sodilatadora e considerada um imunomodulador por inibir o fator de

necrose tumoral. Age como lipolítico por inibir a fosfodiesterase e esti

mular a hidrólise dos triglicerídeos de reserva, aumentando os níveis de

AMPc, o que resulta na ativação da lipase hormônio-sensível (LHS) e na

quebra da gordura armazenada (lipólise). Além disso, a pentoxifilina es

timula a microcirculação tecidual, favorecendo a eliminação de resíduos

metabólicos e a redução do edema.

CRISINA

crisina

Crisina Fonte: makamuki0/pixabay.com (2022)

A crisina é um flavonoide presente na passiflora caerulea com a capaci
dade de inibir a enzima-aromatase, que converte a testosterona em es

trogênio ou di-hidrotestosterona (DHT).

É considerada, por isso, uma “isoflavona anabólica”, pelo seu efei

to antiestrógeno. Como LDG está associada à influência dos hormônios

estrogênicos na gordura localizada, a crisina contribui para o seu tra

tamento. Essa substância, pela sua ação antiandrogênica, reduz o teci

do adiposo no local da sua ação,

melhora o processo inflamató

rio, potencializa o retorno veno

so, diminuindo o lipedema, e me

lhora o aspecto geral da pele.

ALCACHOFRA

Planta alcachofra

Alcachofra Fonte: djedj/pixabay.com (2022)

A alcachofra é um fitoterápico composto de 2% de derivados difenólicos
(ácido cafeico, cinarina); 1% de flavonoides (glicosídeos, ramnoglicosí

deos de luteolina), entre outros componentes. Tem efeito indireto sobre

a lipólise pela inibição da fosfodiesterase e síntese da coenzima NAD

-NADH2 e NAD-NADPH2, além

de ação diurética, favorecendo a

drenagem linfática.

GINKGO BILOBA

Ginkgo biloba

Ginkgo biloba (Fonte: wal_172619/pixabay.com (2022)

A ginkgo biloba é um fitoterápico derivado de uma planta chinesa rica
em flavonoide (como a quercitina) e terpenoides com ação anti-inflama

tória, antioxidante e estimulante do fluxo sanguíneo arterial, cerebral e

periférico.

A
ginkgo biloba inibe fator de ativação de plaquetas, diminui a agre
gação plaquetária e atua como um vasomodulador. Em 2012, a Agên

cia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pela Resolução n.° 4.302,

proíbe o uso de alguns extratos vegetais isolados ou associados a outras

substâncias, tais como a
ginkgo biloba e outros (chá-verde; Centella asiatica, melilotus; castanha-da-índia; dente-de-leão; sinestrol; ayslim; e girassol) na mesoterapia.

VITAMINAS
  • Vitamina A: regula a renovação celular da pele e a queratiniza
    ção, além de reparar os queratinócitos.
  • Vitamina C: atua como um cofator para duas enzimas que são es
    senciais na biossíntese do colágeno: lisil-hidroxilase e prolil-hi

    droxilase. Essa vitamina contribui com a produção dos fibroblas

    tos dérmicos e a síntese do colágeno I e III na pele, melhorando a

    flacidez; inibindo a produção de melanina, o que reduz as hiper

    pigmentações; e tem ação antioxidante, neutralizando os efeitos

    dos radicais livres gerados no tecido recém-oxigenado.
  • Vitamina E: ação antioxidante.
  • Vitamina K: age nos mecanismos de coagulação e, portanto, re
    gula a microcirculação da pele.
HIALURONIDASE E COLAGENASE

A hialuronidase e a colagenase agem na degradação do tecido conjunti
vo. Sua atuação ocorre de forma a fragmentar as bandas de tecido fibro

so formadas entre os lóbulos de gordura na celulite
.

COLAGENASE CLOSTRIDIUMCLOSTRIDIUM HISTOLYTICUM-AAESHISTOLYTICUM-AAES (CCH)

Foi publicado um artigo por Kaufman-Janette et al. no Dermatologic
Surgery
em 2021, avaliando a colagenase Clostridium histolyticum-aaes
(CCH) em tratamentos de celulite moderada a grave em glúteos de mu

lheres adultas.

O trabalho foi elaborado por meio de dois estudos fase 3, duplo-ce

go randomizados de desenhos idênticos. Eles mostraram melhoras sig

nificativas da celulite e um impacto visual e emocional geral menor da

celulite pós-tratamento em comparação a mulheres tratadas com place

bo. O uso de CCH para esse fim foi aprovado nos Estados Unidos em ju

lho de 2020.

A colagenase Clostridium histolyticum-aaes (CCH; QWO, Endo Aes
thetics LLC, Malvern, PA) para injeção é composta por 2 colagenases

bacterianas purificadas (AUX-I e AUX-II [colagenases clostridial classe

Ie II]), que hidrolisam o colágeno tipo I e III, resultando em rupturas das

estruturas do colágeno alvo. Vários estudos mostram a eficácia da sub

cisão para rompimento dos septos fibrosos da celulite. A CCH age fazen

do um rompimento enzimático desses septos.

Nesse estudo foram preconizadas três sessões de tratamento de

CCH subcutâneo 0,85mg ou placebo por tratamento, com intervalo de

21 dias entre as sessões. As injeções eram aplicadas diretamente nas de

pressões (
covinhas) da celulite.
A maioria dos efeitos adversos observados no grupo que recebeu

CCH foram relacionados à região onde foi aplicada a injeção, com rela

tos de hematomas e dor local. Todas as mulheres, em ambos os estudos,

foram soropositivas para os anticorpos de ligação AUX-I e AUX-II, mas

isso não demonstrou, a longo prazo, efeito na resposta clínica ou na fre

quência de efeitos adversos. Com isso, o estudo de Kaufman-Janette
et al.
mostrou que o CCH é um tratamento seguro e eficaz para mulheres com

celulite de moderada a grave nos glúteos.

PROCAÍNA

A procaína tem ação anestésica e analgésica e age nas fibras muscula
res lisas, produzindo uma vasodilatação periférica e local, contribuindo

para a melhora da circulação. Segundo Pistor, essa substância pode ser

usada como “veículo para outros ativos” na mesoterapia. No entanto, no

tratamento da LDG, evita-se o seu uso, para manter os ativos por mais

tempo no local da aplicação.

Não existe mescla padrão para ser usada na mesoterapia em nenhum

tipo de tratamento. A associação de ativos numa mescla deve levar em

consideração a necessidade do paciente; o grau da celulite (a quantida

de de focos de celulite [depressões/covinhas] e a profundidade dela); se

tem flacidez associada e, se for o caso, o grau dessa flacidez; a presença

ou não de lipedema ou de outras patologias que cursam com má circu

lação; o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente; presença ou não de

gordura localizada; presença de má cicatrização secundária (como, po
r exemplo,
má cicatrização após injeção, após acidente, após lipoaspiração

ou após qualquer outro tipo de cirurgia) e se o paciente realiza concomi

tantemente algum tratamento hormonal.


Seguem algumas sugestões de mesclas:


Para a celulite grau I e grau II:

Pentoxifilina 40mg/2ml – 1 ampola
Trissilinol (silício orgânico) 10mg 2ml – 1 ampola
Benzopirona 1mg/2ml – 1 ampola
SAC (siloxanetriol alginato de cafeína) 20mg/2ml – 1 ampola
Lidocaína 2%/1ml – 1 ampola

Para a celulite grau III e grau IV:
Tripeptídeo-41 1,2%/2ml – 1 ampola
Pentoxifilina 40mg/2ml – 1 ampola
L-arginina 20% + Lidocaína 1%/2ml – 1 ampola
Trissilinol (silício orgânico) 10mg/2ml – 1 ampola

Para a celulite grau III e grau IV, com retenção hídrica:
Pentoxifilina 40mg/2ml – 1 ampola
Crisina 100mcg/2ml – 1 ampola
Benzopirona 0,5%/2ml – 1 ampola
Tripeptídeo 41 1,2%/2ml – 1 ampola
Lidocaína 2%/1ml – 1 ampola

Para a gordura localizada e a celulite:
L-arginina 20% + Lidocaína 1% 2ml – 1 ampola
L- carnitina 600 mg/2ml – 1 ampola
SAC (siloxanetriol alginato de cafeína) 20mg/2ml – 1 ampola
Tripeptídeo-41 1,2% 2ml – 1 ampola

Para gordura localizada do tipo ginoide:
Ioimbina 5mg/1ml – 1 ampola
L-carnitina 600mg/2ml – 1 ampola
Cafeína benzoica 100mg/2ml – 1 ampola
Benzopirona 0,5%/2ml – 1 ampola
Lidocaína 2%/1ml – 1 ampola

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